segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Visão negativista acerca do cidadão sem fome e outros programas sociais

Não é fácil romper com o ethos de classe e buscar analisar as questões de maneira um pouquinho mais alargada. Tulio Lemos, no JH da manha de hoje, expressou uma opinião pouco analítica, mas bastante significativa da visão pequeno-burguesa.
Segundo ele, assim como o programa Fome Zero, o cidadão sem fome, que permite a troca de 30 notas fiscais por uma cesta básica, institucionaliza a esmola como vício.
Sinceramente, ao contrário do fome zero, que apresenta estudos, demonstrando o seu caráter positivo no sentido de distribuição social de renda e democratização de acesso ao dinheiro, o cidadão sem fome, dado o seu pouco tempo de atuação, não apresenta estudos conclusivos quanto aos seus resultados.
No entanto, fico sempre me perguntando sobre a hipocrisia destas análises negativistas para com o social, se é que posso denominar assim. Quando a classe média é motivada a juntar e trocar as suas notas fiscais por ingressos de cinema, jogos de futebol e outros entretenimentos não aparece ninguém para dizer que, por exemplo, estão "motivando o amadorismo nos clubes de futebol e/ou a concentração de renda, burlando as leis de mercado". Este tipo de ação é sempre louvada. Agora, quando a questão é dar comida a quem precisa, aí falam em populismo, vício da esmola, etc.
Distribuir dinheiro para enriquecer as gestões fraudulentas dos clubes de futebol, ah! Sem dúvida! Pode! Movimentar a economia, investindo no pequeno produtor para melhorar a qualidade de vida das classes menos abastadas, não pode?

Um comentário:

  1. olá pessoal,
    parabéns pela iniciativa!

    esta semana a veja expôs paradoxo semelhante qndo tratou dos recursos emitidos do governo ao MST. não pode! já alguns milhões para feira do camarão em nosso estado, pode! aiaiai!

    abraços

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