quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Rabo de palha

Muitos jornalistas afirmaram e continuam a enfatizar que José Agripino é um “político ficha limpa”, pois teria, segundo esses jornalistas, mais de trinta anos de vida pública sem qualquer tipo de escândalo.
Acho que eles esqueceram de mencionar o escândalo do “rabo de palha”, que ocorreu em 1985.
JAJA foi pego dando conselhos aos prefeitos de como comprar votos e que o importante era fazer tudo sem deixar “rabo de palha”. Este escândalo ficou conhecido nacionalmente. Teve uma repercussão imensa.
Estranhamente alguns jornalistas esqueceram de mencionar este fato.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Material escolar mais barato

Sou diametralmente contra ao que José Agripino representa e a maneira como encara a vida política.
Porém, apesar de me considerar uma pessoa de esquerda, não penso a vida política de modo maniqueísta, dividindo as pessoas do “bem” e do “mal”. Deixo isto para alguns PTistas, que, em verdade, cultivam sonhos totalitários.
José Agripino trouxe uma grande vitória para a educação. Fui professor no ensino fundamental, médio e agora ministro aula em algumas faculdades. Sei a importância de se conseguir um desconto na compra de um caderno ou de uma caneta. 20 reais a menos no orçamento familiar representa, sem sombra de dúvida, uma quantidade bem maior de alunos na escola.
Parabéns José Agripino.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E a imprensa não era imperialista?

Poxa,
muito legal a valorização positiva que o governo Lula vem recebendo na imprensa internacional. O El Pais o escolheu como principal liderança política de 2009 no mundo. Tal fato vem ajudando a contrabalançar a cobertura tendenciosa da vida política por parte da imprensa nacional.
No entanto, algo chama a atenção. A mesma esquerda que, durante décadas, enquadrou a imprensa internacional de imperalista, agora, se serve dela para se vangloriar das conquistas governistas. Meio contraditório, não?

Cadê a imprensa?

Poxa,

não estou querendo afirmar que, necessariamente, o Henrique é culpado em seu envolvimento no caso do chamado "mensalão do DEM". Porém, o nome dele foi citado, há indícios de envolvimento e nossa imprensa se calou para o ocorrido. Preferiu noticiar sua bombastica festa de aniversário. Pode?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mengão campeão!!!

Eu não sabia! Porém, o mengão foi campeão. Título inesperado, mas importantíssimo para injetar um novo astral no time, que tem a maior e mais fanática torcida do Brasil.
Virei flamenguista por causa das atuações de Junior em 1992. Beirando os 40 anos, o Leovegildo trucidou os adversários na reta final da competição. Com o Pet e o Adriano não foi diferente. A experiência e o toque de bola se uniram a força física para criar um time fortíssimo. Não posso esquecer da disciplina tática de Ronaldo Angelim, que conseguiu demonstrar que o feijão com arroz também é relevante. Agora é se preparar para o bi-mundial.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cartel dos combustíveis

Só o PROCON municipal acredita que não há cartel em Natal. Mesmo constatando o aumento em bloco dos preços, eles alegam que há variação e de que o mesmo não é combinado. O PROCON deveria aproveitar e montar uma peça de Natal para provar, através também de pesquisa, que o papai noel existe.

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/procon-natal-registra-aumento-no-preco-em-todos-os-combustiveis/133077

Curso de Jornalismo Prático: O manual do colunista

Curso de Jornalismo Prático: O manual do colunista

Do blog do sakamoto (http://colunistas.ig.com.br/sakamoto/)

Agora que a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão caiu, o Blog do Sakamoto reforça o seu Curso de Jornalismo Prático. Já em sua terceira aula (a primeira e a segunda, sobre o Disk-Fonte: O Jornalismo Papagaio de Repetição, foram um sucesso), o Curso é elaborado em conjunto com amigos que são grandes repórteres e conhecem como ninguém o universo das redações. Para esta aula, um deles foi certeiro na análise do problema, criando um manual que será de grande utilidade aos recém-formados, mas também àqueles com mais quilometragem que querem “chegar lá”.
Quer virar colunista ou editorialista de jornalão impresso, de um telejornal noturno ou de uma revista semanal de grande circulação? Fácil. Basta seguir esse manual. Para cada tema polêmico da atualidade, há um repertório de cinco argumentos que devem ser repetidos ad nauseum, sem margem para hesitação. Pintou o tema, escolha um dos cinco argumentos abaixo e tasque na sua coluna. Se quiser, use mais de um. Você é a estrela.
Uma dica: para sua coluna parecer diversificada, democrática, procure colocar alguns dos argumentos abaixo na boca de “especialistas”. Veja a lista de nossos especialistas no Disk -Fonte e escolha livremente. Se já estiver na hora do fechamento e ninguém atender, ligue para o Demétrio Magnolli, pois esse está sempre à disposição e discorre sobre qualquer assunto. Ele é fera.
E atenção: não se preocupe se o seu concorrente direto anda usando exatamente esses mesmos argumentos há anos. Não importa também se quase todos esses argumentos já foram aniquilados pelos fatos. O importante, em todos os casos, não é citar fatos. O que conta é dar ênfase no argumento. Se você estiver apresentando um telejornal, faça cara de compenetrado. Se for uma coluna, um editorial, carregue no título.
Além da segurança, da facilidade e da comodidade, há várias outras razões para você usar esse manual: 1) você vai parecer erudito; 2) você vai gastar pouco tempo para fechar a coluna; e 3) seu texto irá repercutir muito bem junto ao dono do(a) jornal/revista/TV que você trabalha.
Ao manual:
Se o assunto é: Cotas nas universidades, ação afirmativa, Estatuto da Igualdade Racial
Seus argumentos devem ser:“Para a biologia, a raça humana é uma só. Logo, não faz sentido dividir as pessoas por raças”“A política de cotas é perigosa. Irá criar conflitos que não existem hoje no Brasil”“É uma ameaça à qualidade do ensino, pois os beneficiários não conseguirão acompanhar as aulas”“Essas iniciativas representam uma ameaça ao princípio de que todos são iguais perante a lei”“Cotas são ruins para os próprios negros, pois eles sempre se sentirão discriminados na faculdade”
Se o assunto é: Reforma agrária, MST, agricultura familiar
Seus argumentos devem ser:“Não faz mais sentido fazer reforma agrária no século 21”“O agronegócio é muito mais produtivo, eficiente, rentável, moderno e lucrativo”“O Fernando Henrique já fez a reforma agrária no Brasil”“Se você distribui lotes, o agricultor pega a terra e a vende para terceiros depois”“O MST é bandido”
Se o assunto é: Bolsa Família
Seus argumentos devem ser:“O pobre vai usar o dinheiro para comprar TV, geladeira, sofá e outros artigos de luxo”“O pobre não terá incentivo para trabalhar. Vai se acostumar na pobreza”“Não adianta dar o peixe, tem de ensinar a pescar”“O programa não tem porta de saída” (não tente explicar o que é isso)“O governo só sabe criar gastos”
Se o assunto é: Mortos e desaparecidos políticos, abertura de arquivos da ditadura, revisão da Lei de Anistia
Seus argumentos devem ser:“Não é hora de mexer nesse assunto”“A Anistia foi para todos. Valeu para os militares; valeu para os terroristas”“Não é hora de mexer nesse assunto”“A Anistia foi para todos. Valeu para os militares; valeu para os terroristas”“Não é hora de mexer nesse assunto”
Se o assunto é: Confecom, democratização da comunicação, classificação indicativa
Seus argumentos devem ser:“Qualquer regulamentação é ruim, o mercado regula”“É um atentado à liberdade de imprensa”“Querem acabar com o seu direito de escolha”“Já tentaram expulsar até o repórter do New York Times, sabia?”“A classificação indicativa é censura. Os pais é que têm que regular o que seus filhos assistem”
Se o assunto é:A política econômica
Seus argumentos devem ser:“O governo deveria aproveitar esse período de vacas gordas para fazer as reformas que o Brasil precisa, cortando custos”“Os gastos e a contratação de pessoal estão completamente fora de controle”“O país precisa fazer a lição de casa e cortar postos de trabalho”“Quem produz sofre muito com o Custo Brasil, é necessário cortar custos e investir em infra-estrutura”“Só dá certo porque é continuidade do governo FHC”
Se o assunto é:Trabalho e capital
Seus argumentos devem ser:“O que os sindicatos não entendem é que, nesta hora, todos têm que dar sua cota de sacrifício”“Os grevistas não pensam na população, apenas neles mesmos”“Sem uma reforma trabalhista que desonere o capital, o Brasil está fadado ao fracasso”“A CLT é uma amarra que impede a economia de crescer”“É um absurdo os sindicatos terem tanta liberdade”

Gripe suina X Carnatal: quem vem levando a melhor?

Enquanto a mascara passa a fazer parte dos utensílios de uso dos natalenses, a mídia e o governo pouco comentam a respeito da gripe suina. Já são cem casos registrados e nove óbitos comprovados em decorrência da doença.
Ailton Medeiros, conhecido blogueiro potiguar (www.ailtonmedeiros.com.br), levanta a tese de que o silêncio se deve a relação, no mínimo, suspeita das autoridades natalenses com o carnatal que se aproxima. O evento festivo privado é, além disso, um dos principais anunciantes da cidade, tendo, em certo sentido, a mídia na mão.
Acho que, mesmo com um conteúdo fortemente conspiratório, a análise estabelecida pelo blogueiro tem lá sua dose de verdade.
Há profissionais da saúde defendendo a tese de que o carnatal poderá trazer consequências desastrosas, facilitando bastante o alastramento da doença aqui na cidade. Porém, as autoridades (o vice prefeito, um deputado estadual e outros membros da administração pública são os donos do carnatal) e a mídia vem "fazendo ouvindo de mercador".

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A imprensa nacional e a sua apropriação seletiva da cobertura jornalística internacional

A mídia está desenvolvendo um determinado modo de enviesar suas coberturas e não vejo ninguém comentar. A relação entre a mídia nacional e a internacional vem se processando de um modo bastante parcial.
Isto porque a imprensa nacional só repercute aquilo que é publicado fora do Brasil quando os textos tendem a enxergar de maneira negativa a atuação de Lula e/ou do governo dos trabalhadores.
Agora, quando Lula é agraciado com as inúmeras premiações que vem ganhando e recebe, no mundo inteiro, editoriais elogiosos sobre sua atuação enquanto liderança política e sobre o papel positivo desempenhado pelo seu governo, tais matérias são "esquecidas" pelos jornais brasileiros. Será que isto acontece de modo intencional? Eu acredito que sim.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lula com síndrome de Fatima Bezerra

Do blog do Edmilson Lopes (www.blogdoedmilsonlopes.blogspot.com)
Neste domingo, em meio ao processo eleitoral interno que escolherá as novas direções do partido, Lula reclamou dos correligionários:"Eu não tenho mais ilusão quando se trata de disputas locais, por mais que a gente oriente as pessoas de que deve prevalecer é o projeto nacional, normalmente, o que tem acontecido é que cada um olha para o seu umbigo e prevalece as questões dos Estados. O que é importante é que se houver divergências dentro da base aliada nos Estados, isso não seja impeditivo para a ministra Dilma", disse Lula. Pois é. O problema, para as cabeças pensantes da direção nacional do PT, é que, como diz um velho sábio acaciano, "a vida é local". As disputas nas quais as pessoas estão cotidianamente envolvidas dizem respeito, na maioria das vezes, aos estados e municípios. E a direção nacional do PT, embalada em projetos nacionais (supostos ou reais) desconsidera (ou atropela autoritariamente) as dinâmicas políticas regionais.Ora, é claro que o projeto nacional é mais importante. Mas essa é uma "importância" que não é um dado natural, uma coisa dada. Só será importante na medida em que for hegemônica, isto é, ganhar a adesão e o apoio deliberado de todos. Não é bem isso que vem ocorrendo. Lula, essa é a verdade, impôs a candidatura de Dilma. O PT, que outrora esbravejava e queria escolhas discutidas amplamente, aceitou de pronto. O milagre da unanimidade se fez no partido do conflito! Agora, Lula quer mais. Quer que todos se submetam ao "projeto maior". O problema é que (alguns) petistas podem até aceitar a candidatura de Dilma, mas daí a ir até ao ponto de abandonar os seus projetos e embarcar em uma candidatura com limitações políticas e eleitorais de monta, essa é uma outra história.Peguemos um exemplo: o ministro Tarso Genro, primeiro lugar nas pesquisas para governador do Rio Grande do Sul, vai abandonar uma disputa com chances de vitória para se aliar ao PMDB local, inimigo histórico do PT gaucho, e apoiar o ex-governador Germano Rigotto? Tarso não tem vocação para kamikase... Mas é nele que Lula mira quando faz o comentário.Em 2008, aqui no RN, tivemos uma filme com enredo parecido. Para viabilizar o apoio dos partidos da chamada "base aliada" (do Presidente) à sua candidatura à Prefeitura da cidade do Natal, Fátima Bezerra impôs um estupro ao PT municipal: a aliança nas eleições proporcionais com o PMDB e PSB. O resultado: o eleitor, que não é besta, percebeu que votando em um candidato do PT poderia estar elegendo, sei lá!, Dikson Nasser... O resultado todos sabem: o PT perdeu os mandatos que tinha na Câmara Municipal de Natal. Claro, claro, que tudo pode ser justificado em nome dos "grandes projetos"... A postura de Lula é a tradução da Síndrome de Fátima Bezerra: para ganhar, sacrifiquemo-nos os outros. Para o azar de Lula, nem todos os petistas são tão obedientes quantos os do RN.

sábado, 21 de novembro de 2009

Natal pede mudança

Venho refletindo sobre os fenômenos Paulo Vagner, Micarla de Sousa e Rosalba Ciarlini. São políticos que vem impressionando pela competitividade eleitoral estabelecida nos últimos anos. Apesar de tentar pensar a partir de várias perspectivas, só consigo conceituar a força destes políticos, levando em consideração o explícito cansaço, acredito eu, dos eleitores em relação as elites políticas tradicionais locais.
O que percebo é que a população clama nitidamente por mudança. Paulo Vagner e Micarla, por exemplo, são a maior expressão da vontade das classes menos abastadas da população de votarem em algo "novo".
A força que Rosalba concentra para o pleito de 2010 demonstra a total escassez do mercado político.
Lipset estava redondamente enganado. As classes pobres são as que mais tentam a mudança do status quo, ao contrário das classes domianantes, que ajudam a compor a burocracia estatal vigente e tem suas empresas beneficiadas em inúmeras licitações.
O problema é que, dada as próprias condições de vida das classes menos afortunadas, elas tendem a enxergar mudança aonde há alteração, no máximo, da casca da fruta.

Bernard Lahire em Natal

Bernard Lahire, importante sociólogo francês, afirmou, ao analisar a "sociologia natalense", que nós cultivamos gostos teóricos estranhos. Autores pouco representativos do mundo científico, analisou ele, recebem o maior prestígio por aqui.

Deixa o cara namorar

Poxa, que besteira é esta que os jornalistas tentam "emprestar" a vida do deputado federal Fabio Faria. Não estou querendo defender o rapaz, mas o fato dele namorar mulheres bonitas nao o invalida enquanto profissional, no caso dele, da política.
Acho que, se a crítica quiser verdadeiramente ser fundamentada, deverá refletir sobre a sua atuação enquanto parlamentar e não sobre a sua vida privada. Que coisa mais boba. Parece até que é falta de assunto.

Um elefante branco chamado papodromo

A nova celeuma na capital potiguar diz respeito a demolição ou não do denominado papodromo. Construído para receber o papa na década de 90, ele nunca teve serventia objetiva, a não ser a de enriquecer as empreiteiras que tradicionalmente costumam financiar campanhas, tanto de vencedores, como também, na dúvida, de perdedores.
Agora, de acordo com alguns governantes, o papodromo não será demolido. Qual será a justificativa dada desta vez para existência daquele elefante branco!?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MAis um filho do FHC

FHC abriu a porteira. Pouco depois de reconhecer, após 18 anos, um filho com uma ex-jornalista da Globo. Eis que surge agora mais um filho de FHC, sendo que de um relacionamento extra-conjugal com uma ex-empregada doméstica. O homem era um danado. Como a gente diz por aqui - um legítimo raparigueiro.

Bingo eleitoral no RN

Ibere Ferreira, vice governador e secretário de recursos hidricos do RN (SEMARH), está sorteando geladeiras no interior do RN com a alegação que promove educação voltada para o uso da energia. Getulio Rego, liderado de Jose Agripino, denunciou isto chamando de bingo eleitoral. O governo de vilma e do pt aqui no RN estao defendendo a ação, pois, de fato, há um contrato entre o governo do RN e o banco mundial, buscando promover a conscientização do uso adequado da energia.
Porém, não há como negar. Isto é, sim, bingo eleitoral. Não há como enxergar algo de pedagógico nesta ação. Promover acao educativa é uma coisa. Sortear geladeira é outra ação completamente diferente. Já pensou se a moda pega?

Ridículo papel perpetrado pelo STF

O STF desenvolveu um argumento, no mínimo, contraditório. Se posicionou a favor da extradição do italiano Cesare Batisti, mas depois afirmou o óbvio. De acordo com a constituição, quem decide a questão é o presidente da república.
Em resumo, o STF decide, mas a decisão não vale de nada.

O filme sobre lula e o jornalismo tapioca

Do blog luis nassif (www.luisnassif.com.br)


A Folha “descobriu” que empresas patrocinadoras do filme do Lula têm algum tipo de negócio com o governo. São algumas das maiores empresas brasileiras, como Volkswagen, OAS, JBS Friboi, Odebrecht, e assim por diante. E por “negócios” entenda-se desde compras irrelevantes do governo (R$ 31 milhões que a VW vendeu ao Ministério da Defesa) até obras, financiamentos do BNDES, incentivos fiscais, prestação de serviços.
Pergunto: qual empresa brasileira, dentre as 50 maiores, não têm nenhum negócio com o governo? Abaixo vai uma relação das maiores empresas privadas não-financeiras. Aponte uma que não tenha negócios com o governo. Aliás, pode incluir nesse pacote a Abril (que vende assinaturas e livros didáticos para o MEC), a Globo (através da Fundação Roberto Marinho e dos contratos de publicidade), a Folha (que recebe publicidade oficial, como os demais órgãos da imprensa).
Seria um furo se descobrisse algum grande grupo sem negócios com o governo.
Vale (Mineração), Usiminas (Siderúrgica), BrOi (Telecomunicações), Gerdau (Metalúrgica), CSN (Siderúrgica), CPFL (Energia), Braskem (Química), Redecard (Serviços), Embraer (Aviação), Votorantim (Vários).

Um engodo chamado refinaria Clara Camarão

O presidente Lula veio esta semana averiguar o andamento das obras daquilo que o governo vem chamando de refinaria Clara Camarão em Guamaré / RN.
Não podemos cair nesta cascata. Esta refinaria é um comprimido de farinha com o intuito de gerar um efeito placebo no nosso estado. Não é possível chamar aquilo de refinaria. Estes recursos já estavam previstos. A gente deveria ter recebido, de fato, aquela fortuna, por uma questão técnica, que acabou indo para Pernambuco.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Collor 20 anos depois

Ney Lima Figueiredo, marketeiro de muitas eleições, em seu livro, "jogando para ganhar", se pergunta: "como é que um prefeito pífio, um governador que deixou um rombo no estado, famoso por bacanais e por crimes sexuais consegue ser presidente da república"?
Para o marketeiro a resposta é simples. Ancorado no marketing e no uso adequado da Tv, Collor soube aproveitar bem a insatisfação da população gerado pelo falido plano econômico do governo sarney, para criar uma reação, se apresentando como o novo, como contra a corrupção (o caçador de marajás) e que iria livrar o Brasil da política rasteira.
Foi o primeiro, segundo ele, que soube aliar Tv, Marketing e Pesquisas eleitorais com o intuito de racionalizar todo o processo de disputa.
A leitura do livro dele é bem interessante. Demonstra, as vezes, com maior clareza do que muitos cientistas sociais, como o marketing tomou conta do mundo da política.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Paulo Vagner: um intelectual orgânico?!

É impressionante a ginástica intelectual produzida por alguns "marxistas" para enquadrar a multiplicidade do real em modelos teóricos. Modelos que tiveram uma validade no momento sócio-histórico em que foram utilizados e em determinadas pesquisas, mas que não tem condições de apresentar respostas a novos problemas, já que as ferramentas de análise foram construídas para pensar determinados objetos.
Encontrei com um amigo e ele me disse que um aluno havia produzido uma "interessante" análise sobre o vereador do PV - Paulo Vagner. Segundo o estudo, Paulo Vagner se enquadraria no conceito de intelectual orgânico desenvolvido pelo pensador italiano Antônio Gramsci.
Já disse certa vez neste blog que o Paulo Vagner sofre um preconceito de classe. Porém, chamá-lo de intelectual orgânico representa um verdadeiro exagero. Uma tentativa esdrúxula de apresentar uma resposta a um problema novo, a partir de um modelo de análise forjado para pensar outras questões.

domingo, 15 de novembro de 2009

Imprensa esconde filho do FHC

Não gosto muito da denominação que algumas pessoas vem dando a imprensa - Partido da Imprensa Golpista. Apesar da aparência crítica, acho que há muito maniqueísmo neste modo de enxergar o papel desempenhado pela imprensa hoje.
Porém, não há como negar o papel, no mínimo, tendencioso que a imprensa desempenhou no caso da "escapulida" do fhc e que ocasionou nascimento de um filho fora do casamento.
A Folha de São Paulo, falando em um filho que nasceu em um "namoro" com uma jornalista, dando a impressão que ele não era casado, exalta a atitude do ex-presidente em registrar o filho. O detalhe é que foi dezoito anos depois!
Ao contrário do filho de Lula e de Renan Calheiros, que mal haviam nascido e já eram matéria especulativa da imprensa, a imprensa, apesar de saber, sempre escondeu o caso.
PS. Acho pouco significativo o fato de uma pessoa ter um filho fora do casamento. Porém, foi absurda a diferença de tratamento dada pela imprensa, já que, no caso do FHC, o fato sequer foi noticiado.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um festival de horrores

Continuando o festival de horrores (A palestra do Bernard Lahire foi a única discussão interessante e que realmente tratou das ciências sociais), a pós-graduação de ciências sociais apresenta, em virtude da sua comemoração dos 30 anos de existência, Henri Atlan. Ele defende o uso da biologia para explicar o comportamento humano. Este é o retrato da nossa "Pós" - traz um médico para dizer que as ciências sociais só ganharão musculatura, se se anularem enquanto tal.
Recomendo a resenha abaixo para conhecer mais detalhes da obra de mais um daqueles que afirmam ter conseguido revolucionar a ciência.

http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rfaced/article/viewFile/2848/2023

UMA PÓS-GRADUAÇÃO ASSOMBRADA PELOS DEMÔNIOS

O programa de pós-graduação de Ciências Sociais acaba de completar 30 anos. Apesar do longo tempo de atuação, a Pós de Ciências Sociais, dado o estado em que se encontra, tem muito pouco a comemorar.
A “Pós” foi completamente envolvida por forças estranhas, que, nem de longe, apresentam qualquer tipo de verossimilhança com a construção do conhecimento crítico e reflexivo. Sinceramente, não sei se isso sempre foi uma constante. Porém, aquele espaço configurou-se como um dos abrigos privilegiados para defensores da teologia da libertação, das virtudes do senso-comum e de atavismos políticos.
A separação entre fato e valor, conseqüentemente, entre ciência e política não pode ser vista por aquelas bandas. As palestras foram contaminadas por discussões enfadonhas acerca do neoliberalismo contido no governo Lula, pela grandiosidade do conhecimento daqueles que, por suas próprias condições sociais, vivem na maior ignorância e por medidas a serem tomadas com o intuito de salvar o mundo dos mais variados malfeitores. Muito maniqueísmo e pouca discussão séria. Padres, xamanistas e até macaco que, segundo alguns professores, consegue passar e-mail são chamados para apresentarem, digamos, uma visão “diferenciada” das ciências sociais.
Um fato específico ocorrido hoje é a maior expressão da inversão de valores que atravessa a principal agência fomentadora da produção sociológica no Rio Grande do Norte. Enquanto autores pouco representativos do mundo sociológico, e, alguns casos, até mesmo da forma de pensar cientifica, conheceram o estrelato aqui em Natal, criando inúmeras bases de pesquisa e obtendo uma venda significativa de suas idéias, Bernard Lahire, um dos principais renovadores contemporâneos da sociologia no mundo, deu uma interessante palestra para meia dúzia de gatos pingados.
O que era para ser uma exceção fruto da excentricidade de algum professor que não segue os trâmites do campo acadêmico, virou regra. O obscurantismo se fez presente. O ufanismo dos fins das fronteiras entre a ciência e o conhecimento pseudo-reflexivo tornou-se sinônimo de “liberdade de pensamento”. A pós é vigorosamente assombrada pelos demônios. O mais triste de tudo é ver que, aqueles que poderiam acender uma vela na escuridão, preferem, por questões políticas, não se meter no assunto.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Paulo Vagner: uma vítima do preconceito de classe

O vereador natalense Paulo Vagner protagonizou um dos fatos mais inusitados desta semana, mas que expressou o modo como a classe média é preconceituosa com a ralé. Sem saber que a mensagem do twitter enviada a uma namorada seria vista por toda e qualquer pessoa que o acompanhasse neste tipo de canal, ele disse que "iria enterrar um jornalista em Mossoró que havia virado purpurina".
O publicitário Ricardo Rosado, vendo aquilo, logo postou no blog dele. Resultado, o Paulo Vagner, irado, só não o chamou de feio.
Os jornalistas cairam de pau no gordinho da Tv Ponta Negra. Não perderam tempo também em demonstrar, segundo eles, como o vereador é uma "vergonha", com o jeito dele de ser, para a política natalense.
Dizer que ele errou no caso do twiter, tudo bem. Agora, o modo como os jornalistas, pessoas com um pensamento típico de classe média, vem tratando o Paulo Vagner é bastante questionável. O PV não é um santo. Isto é fato. Tudo o que ele faz tem muito de performático.
O problema é que fica cada vez mais evidente para mim que a "crítica" dos jornalistas se centraliza muito mais para a falta de "traquejo" do Paulo Vagner do que qualquer outra coisa. Afinal, um político deve saber "falar e se expressar".
A "crítica" direcionada ao Paulo Vagner é, ao meu ver, muito mais uma "denuncia" a condição de classe do vereador. Eles não aguentam ver alguem da ralé, atuando na política.

O jogo político em torno do apagão

Quem pensa o mundo dividido entre PTistas e tucanos não consegue criar análises mais elaboradas sobre a disputa política. As explicações governistas sobre o "apagão" energético que aconteceu nesta semana deixa isto bastante claro.
De pouco adianta querer minimizar o apagão no governo do PT, comparando-o com o ocorrido durante a gestão de FHC.
O cidadão comum - aquele que passa o dia no trabalho e não acessa vários blogs diariamente - está preocupado é com a carne que estragou no freezer, ou com a aparelho de Tv que queimou. Ele não está preocupado em fazer estas comparações. Ele quer explicações sobre o ocorrido e espera que o governo atue no sentido de não permitir que isto aconteça novamente.
A mídia cometeu excessos? Sem dúvida! Teve gente até dizendo que o apagão foi produzido por uma sabotagem nas linhas de transmissão liderada pelo MST. Um absurdo. Porém, ficar reclamando da "partidarização da mídia" é muito pouco neste momento. A população quer atitudes e explicações objetivas.
Além disso, alegar que a oposição está tentando obter ganho político em cima do caso é também, no mínimo, complicado. Como estratégia argumentativa esta é uma das vertentes a serem atacadas. Porém, é muito pouco ficar, apenas, nisto. Não querer que a oposição lucre politicamente com isto é sonhar com um mundo que não existe.
A política é uma guerra e quem sonha com a salvação da alma deve, já recomendava Max Weber, procurar uma igreja.
Ahhh....
Há duas análises interessantes sobre o assunto no blog do Alon e do Edmilson Lopes.
www.blogdoedmilsonlopes.blogspot.com

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pesquisa Vox Populi - Queda de Serra

É importante ler uma pesquisa pelo que se publica e pelo que não sai na imprensa. Era notório que as pesquisas veiculadas anteriormente, principalmente aquelas solicitadas por entidades ligadas a oposição, estavam suprimindo a apresentação de parte dos dados, o que já, comentava eu com alguns amigos, demonstrava uma queda de Serra.
As pesquisas anteriores, por exemplo, não mostraram a disputa entre Serra e Dilma de modo isolado. Quanto a esta questão, a sondagem, com certeza, havia sido produzida. O fato de não sair, no entanto, já mostrava a queda do presidenciável tucano.
Este procedimento é normal no mundo da política. Ninguém, em sã consciência, vai encomendar e tornar pública uma pesquisa para criar propaganda negativa para si próprio. Nada mais natural que o encomendador "esconda" os dados que caracterizam sua queda. Pronto, confirmei minha suspeita. Serra, de fato, de acordo com a última pesquisa feita pela Vox Populi, vem descendo ladeira abaixo.
Vox Populi: Serra 36%, Dilma 19%

Pesquisa do Vox Populi que acaba de ser divulgada pelo Jornal da Band mostra que José Serra lidera a corrida presidencial, seguido pela ministra Dilma Rousseff.
Serra passou de 40% para 36%.
Dilma passou de 15% para 19%.
Ciro passou de 12% para 13%.
Marina passou de 5% para 3%.
Heloisa Helena, incluída nessa pesquisa, apareceu com 6%.
A taxa de rejeição de Serra é de 11%, a de Dilma está em 12%.
Dos entrevistados, 55% estão longe de se decidir em quem vão votar.
A taxa de aprovação do presidente Lula passou de 65% para 68%.
A margem de erro é de + ou - 2,4%.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A crise de legitimidade da economia de livre-mercado e o retorno do capitalismo regulado

Segundo o filosofo social alemão, Jurgen Habermas, o chamado "capitalismo regulado ou organizado" se caracteriza pela intervenção do Estado no mercado em circunstância de um "hiato funcional" causado pelo colapso do capitalismo liberal. Dessa maneira, em decorrência da crise disfuncional social, consequencia da crise econômica, o Estado assume o papel de agente econômico promotor das condições de realização do capital e "aliviador" dos custos sociais e materiais resultantes da produção capitalista (políticas de combate ao desemprego, previdência social, investimento na produção industrial, etc.). Como consequencia dessa "reacoplação" da esfera econômica ao político, destaca ainda Habermas, ocorre também uma "repolitização" das relações de produção e uma necessidade de legitimação social permanente.
No que se refere a essa legitimidade social de engajamento do Estado, parece que - apesar da hegemonia discursiva da Doxa econômica ultra-liberal nos principais meios de imprensa no Brasil - os defensores da economia regulada pelo Estado já encontram a convergência cognitiva necessária na base da sociedade brasileira, conforme estudo divulgado na BBC Brasil e reproduzido logo abaixo. É bom nossos partidos políticos ficarem bastante atentos a esse dado:

No Brasil, 64% querem maior controle do governo na economia*

Brasil discute participação do Estado em áreas como o petróleo pré-sal

A pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta segunda-feira revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.

Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no país, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.

A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de “impressionante” os resultados do país.

“Não é que as pessoas digam, sem pensar, ‘sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas’. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso”, disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.

O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo “tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico” (35%) foi maior que a média mundial (23%).

Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema “funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente”, contra 11% na média mundial.

CliqueFórum: O governo deve ter mais influência nas indústrias e negócios no Brasil?

Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado “tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle”. A média mundial foi de 51%.

“É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido”, disse Kull.

“Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas.”

A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Globalização

O levantamento é divulgado em um momento em que o país discute a questão da presença estatal na economia.

Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.

Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está “mais à esquerda” em relação a outras regiões do mundo.

A pesquisa reflete o “giro para a esquerda” que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.

Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).

Mas Kull disse não crer que o ceticismo dos brasileiros na pesquisa “seja necessariamente uma rejeição do processo de abertura dos anos 1990”.

“Vimos em pesquisas anteriores que os brasileiros não são os mais entusiasmados com a globalização”, disse.

“Eles ainda são bastante negativos em relação à globalização, e o que vemos aqui (nesta pesquisa) é mais o desejo de que o governo faça mais para mitigar os efeitos negativos dela, melhorar a distribuição de renda e colocar mais restrições à atividade das empresas.”

Mas ele ressalvou: “Lembre-se de que a resposta dominante aqui é que o capitalismo tem problemas, mas pode ser melhorado com reformas. A rejeição ao atual sistema econômico e à abertura econômica não é dominante, é que há um desejo maior de contrabalancear os efeitos disto”.

*Essa matéria foi extraída da edição online da BBC Brasil nesse endereço:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091109_pesquisa_bbc_muro_brasil_rw.shtml?s



domingo, 8 de novembro de 2009

O desencantamento do saber escolar

Cadu posta textos aqui neste blog como "o pescador". Ele me apresentou este texto de autoria dele e achei interessante mostrar aqui neste espaço:

Quando olho boa parte de minha geração de amigos que compartilharam comigo a vida acadêmica, fico bastante desanimado com os desdobramentos que se apresentam no meu horizonte de futuro profissional. Muita entrega emocional, sonhos não realizados, muita frustração acumulada e bastante ressentimento, este último, justo em alguns casos exemplares.
É estranho ver colegas com grande competência cientifica não encontrarem hoje as condições favoráveis de realização das mesmas. Isso porque parece cada vez mais evidente a sobreposição da política mobilizada do campo em detrimento da lógica normativa do campo. Dessa maneira, os estudantes que seguem adiante sua trajetória acadêmica são os que melhor se ajustam aos jogos de poder e cinismo acadêmico. Muitas vezes, pouco compromissados com o espírito cientifico, mas completamente entregues às lutas políticas de seus mestres ou “padrinhos” por posições estratégicas na arquitetura de poder dos cursos de ensino superior.
Por sua vez, no que se refere aos estudantes com inclinações verdadeiramente cientificas, resta-lhes a depressão, o sentimento de mal-estar, o surto e a deriva social. Há algo de errado nisso tudo, pois assim como meus colegas, eu acreditava que a paixão incondicional pelo saber era uma virtude que se traduzia em ganhos, senão material, pelo menos, em termos de segurança ontológica. Eis que me sinto atualmente ludibriado com meus sonhos e ilusões acadêmicas. A paixão pelo saber continua forte e pulsante, mas a crença na legitimidade das instituições responsáveis pela formação intelectual, desabou como um castelo de cartas. Cartas marcadas, claro!

UMA QUESTÃO DE TEMPO OU MAIS UM DESASTRE ANUNCIADO?

Não resumo a política às estratégias eleitorais. Deixo isto para alguns jornalistas. A política só não é “mono”lítica, se pautarmos o raciocínio pela boa teoria analítica, porque é síntese de múltiplas determinações. No entanto, se eu quiser ser honesto com os ensinamentos do italiano Nicolau Maquiavel, grande criador da ciência política moderna, seria interessante reconhecer - poucas candidatas apresentaram, antes de uma eleição, uma condição tão favorável para a batalha pela conquista do voto dos cidadãos norte-riograndenses como a senadora Rosalba Ciarlini.
Isto porque não é fácil reunir, de uma só vez, uma avaliação favorável, baixíssima rejeição, e, ainda de quebra, encontrar um cenário propício para a mudança das famílias que comumente figuram entre aquelas que preenchem os principais cargos do estado.
No entanto, a possibilidade de atingir o poder, como diria Platão, pode embriagar o postulante, gerando um certo tipo de “pretensão”, fazendo ruir o castelo de cartas que foi, aparentemente, meticulosamente construído.
Mesmo que o austríaco Joseph Schumpeter acredite que o aumento das elites políticas represente um alargamento democrático no âmbito do estado contemporâneo e que os cidadãos natalenses clamem, claramente, acho que por puro cansaço dos grupos políticos atualmente dominantes, por mudança, não é fácil cantar vitória muito antes do tempo.
Olho para a candidata representante da linda cidade de Mossoró e lembro-me da eleição para governador em 2006, quando, Garibaldi Alves, com uma eleição praticamente ganha, conseguiu, mesmo com toda sua experiência política, perder para Vilma de Faria. Talvez esta relação mental seja estabelecida porque, naquele momento, “o” principal candidato ao mais cobiçado posto público do RN, deitou, como a gente costuma dizer, “sobre o resultado”. A vitória era, apenas, uma “questão de tempo” – bastava só apertar algumas mãos, sorrir em alguns momentos, viajar para alguns municípios e correr para o abraço. A conquista, conseqüentemente, estaria garantida.
Enquanto o candidato comemorava o seu retorno ao governo, o ensaio sobre a cegueira estava sendo escrito. Vilma de Faria, com a sua astúcia característica, tinha lançado as suas bases sociais silenciosas. E, na medida em que conseguiu adiar a derrota da cor vermelha no primeiro turno, possibilitou, naquele momento, impor o primeiro desastre eleitoral para um candidato que se orgulhava por nunca ter perdido um pleito.
Acho pouco provável que a candidata do partido dos democratas caia em tal armadilha. E se a perspectiva delineada para a eleição governamental traçada momentaneamente não se alterar, Rosalba Ciarlini, ao sentar na cadeira de governadora do RN, deverá também agradecer a estratégia estapafúrdia capitaneada pela deputada Fátima Bezerra, que, em 2008, conseguiu enfraquecer, enormemente, o grupo político do qual faz parte, ao impor, autoritariamente, sua candidatura à prefeita do município de Natal.
No entanto, como as pesquisas, se não forem bem analisadas, costumam muito mais cegar do que ensinar o verdadeiro caminho, faz-se necessário bastante cuidado para não trocar uma vitória, que se apresenta como uma questão tempo, por mais um desastre estratégico anunciado.

sábado, 7 de novembro de 2009

Os formadores de uma opinião pública

O ex-prefeito do RJ, Cesar Maia (DEM), independente de suas posições ideológicas, costuma elaborar reflexões bastante interessantes sobre a política e o comportamento eleitoral. Logo abaixo, reproduzo o seu último artigo sobre o tema "opinião pública", publicado no caderno de "Opinião" da edição desse sábado (07/11/09) do jornal Folha de São Paulo:





CESAR MAIA

Formadores de opinião

LUKACS, EM "Cinco Dias em Londres" (Zahar), analisando a designação de Churchill para primeiro-ministro, em maio de 1940, e a queda de Chamberlain (e sua política de apaziguamento com a Alemanha), avalia a dinâmica da percepção dos ingleses.
A impopularidade de Churchill vai até a ocupação de Praga, em março de 1939. Os fatos legitimaram sua radicalidade. Lukacs fala de um binômio -opinião pública/ sentimento popular-, válido até os dias de hoje. "Opinião pública" seria um processo de convergência entre as pessoas a partir da informação sistematizada, difundida pela imprensa e por líderes de opinião.
"Sentimento popular" seria a reação das pessoas aos fatos, produzindo uma sensação mais ou menos difusa. Essa reação pode ser uma onda que vai chegando à emoção das pessoas.
Como tomar decisões que requerem apoio de massa num quadro de transição desses? A decisão, em si, poderá ser mobilizadora? Churchill vai ao Parlamento e às rádios e propõe um jogo da verdade: "Sangue, suor e lágrimas". Mas como acompanhar o processo e saber com que velocidade vai cristalizando consciência na população?
As pesquisas de opinião, da forma como as conhecemos, eram um instrumento embrionário (EUA, Universidade Colúmbia, início dos anos 30). Mas não eram suficientes, porque captariam, no início, uma reação ainda superficial.
Lukacs usa os arquivos da Universidade de Sussex (GB) sobre "mass observation" (MO). Em 1937, dois ingleses (Madge e Harrison) criam um sistema de observações diretas nas ruas. "Em 1938, estenderam suas atividades aos campos da política e da guerra", diz Lukacs. Não são pesquisas de opinião, mas "relatos de primeira mão por observadores de senso comum".
"Não há um ponto de vista que se possa rotular como opinião pública, ela varia muito e não está ainda formada; a única coisa que resta é a crença de que a Inglaterra no fim acabará triunfando", anota um observador.
Não é simples separar, numa pesquisa de opinião, "opinião pública" de "sentimento popular". A TV estimula o "sentimento popular", que, depois, aparece em pesquisas como "opinião pública". O que muitas vezes não é ainda -ou nunca. A TV, na lógica da audiência, é muito mais indutora de sentimentos ou sua aceleradora do que formadora de opinião. Os líderes de opinião, intelectuais e políticos, ainda são formadores de opinião, mas não como antes.
O processo, hoje, se dá horizontalmente, por fluxos de "opinamento", onde os líderes de opinião estão no meio da massa, e não "por cima" dela. Mas não são menos importantes. Os fluxos em que intervêm podem ser filtros formadores de opinião, o que exige suor. Não falam mais desde um "altar".

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ouvindo a música da morte...

Muitas pessoas se perguntam pelo que escutarão quando a vida encontrar sua finitude... Só saberemos uma vez e jamais teremos a oportunidade de discutir isto com outras pessoas, já que as nossas vidas, infelizmente, tem prazo de validade. Porém, vocês podem imaginar a idéia da morte, ouvindo os "requiens" de mozart e de verdi. Não há nada de macabro nisto. Ao contrário, é uma experiência interessante. Um whysky legal ajuda bastante neste momento. Pode ser o inigualável Logan. Tem melhor. Porém, não conheço whysks com mais de 12 anos de idade. Faz bastante tempo que não tomo os "mais experientes". Garanto a vocês... É uma das mais reais expressões de tal momento... Vale a pena ouvir...

Basta ir no youtube.com e procurar por "mozart requiem" ou Verdi requiem.... e apreciar...

Prestando serviço para a política

Quem tenta trabalhar e viver da "política" não tem vida fácil. Só consegue viver neste meio quem tem estômago de cachorro! Comecei a prestar serviço para este campo. Estou apanhando bastante! Muita ingenuidade e pouca malícia. Combinação perfeita para a utilização de ansiolíticos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Política na província

Edmilson Lopes Jr chama a "classe política e jornalística" para a realidade. Lembra que a sociedade, de um modo geral, ainda não entrou no clima eleitoral e que isto motiva apenas os políticos, que já se preparam para 2010. Portanto, o quadro delineado hoje ainda é muito fragil para prever qualquer tipo de situação futura. Ele aproveita, além disso, para criticar o modo como os jornalistas vem cobrindo estas questões.
Edmilson Lopes Jr, para quem não o conhece, é uma das maiores cabeças pensantes de nossa cidade. Ele é sociólogo e professor da UFRN. Alimenta o blog: http://www.blogdoedmilsonlopes.blogspot.com/. Foi de lá que retirei o texto abaixo.

As nuvens passageiras da política na província

Arranjos e desenhos mil são construídos. Comentaristas em seus postos tentam vender a imagem de um jogo que seria tocado por "profissionais". E pesquisas e mais pesquisas tentar sondar as percepções, avaliações e tendências do eleitorado. Se você acompanha tudo pela imprensa local, é dessa forma, assemelhada ao desenlance de uma partida de futebol na narrativa de um daqueles bons locutores esportivos de outrora (cada vez mais raros, infelizmente, nos dias de hoje...), que vai lhe aparecer a disputa eleitoral para governador em 2010 no Rio Grande do Norte. Esse cenário, entretanto, só existe na cabeça de políticos, assessores e marqueteiros. Os eleitores potiguares, até o momento, estão a ignorar solenemente os salamaleques do campo político. Por isso mesmo, todo cuidado é pouco. Os cenários que agora são pintados, creio eu, não passam de nuvens passageiras...

sábado, 31 de outubro de 2009

Ignácio Ramonet: queda nas vendas dos jornais em todo o mundo

Ignácio Ramonet, autor de inúmeros livros acerca da imprensa, apresentou mais um estudo sobre o seu assunto preferido. De acordo com ele, há uma queda nas vendas dos jornais impressos diários e isso vem ocorrendo em todo mundo.
Um dos principais motivos: mercantilização da notícia! De acordo com ele, na medida em que os jornais perdem a última lasca de imparcialidade, acabam jogando o seu "patrimônio" fora. Fica difícil comprar um jornal em que não se acredita. Além disso, a informação gratuita disseminada pela net ajuda também a derrubar ainda mais os defuntos periódicos.

Viva o Youtube!

Youtube, de fato, vale um bilhão de dolares, conforme o google pagou ao seus inventores.

Estava sem som e passei a noite escutando tudo o que podia.... Mercedes Sosa, Queen e o Requiem de Mozart... Consegui encontrar tudo o que procurei!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Economista explica porque os jovens não procuram se capacitar para um emprego melhor

Um economista disse no "Globo Reporter" que há espaco para o crescimento profissional dos jovens se eles fizeseem cursos de capacitação. Segundo ele, a capacitação melhora o ingresso das pessoas no mercado de trabalho. Porém, o econimista fez uma "pesquisa" e concluiu que os jovens não procuram os cursos por "desinteresse".
Eu fico me perguntando se as pessoas, de fato, não procuram melhorar de vida porque, simplesmente, não se "interessam". Penso que não adianta me perguntar, pois a idiotice está no raciocínio simplista e ignorante do "pesquisador".
Supor que as pessoas não querem crescer porque não se interessam, é o mesmo que dizer que a sociedade não apresenta nenhum constrangimento estrtural, o que impediria o acesso dos cidadãos a essa afortunada e salvadora capacitação profissional. Os indivíduos não tem família, trabalho e manutenção da vida social e material. Estão livres para fazer os cursos na hora em que decidirem. O problema se resume a pura "preguiça" dos sujeitos.
A coisa, cara pálida, não é bem por ai.

cutrale grilou terras dos "pés de laranjas"

A blogsfora está noticiando que a grande mídia negligenciou uma "pequena" informação sobre o caso do atropelamento dos 7.000 mil pés de laranja por parte do MST. Aquelas terras são da união. A empresa não é dona da terra aonde se encontravam as laranjeiras. Tudo fruto de grilagem de terra. Será que ainda é possível acreditar na imparcialidade da imprensa? Se fosse para escolher, acharia melhor acreditar em papai noel.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Rompimento político na administração municipal

Com inúmeras críticas endereçadas a administração municipal, O Dep. Federal neo-tucano Rogério Marinho sinaliza com o rompimento com a prefeitura de Natal da prefeita pelo PV Micarla de Sousa. O sonho de ser prefeito de Natal parece que está ecoando.

Venezuela no Mercosul

Apesar da resistência de parte dos partidos de oposição e até mesmo da base de sustentação e apoio do governo Lula, contrariando o relatório contrário do senador cearense Tasso Jereissati, a Comissão de Relações Exteriores do Senado acabou por aprovar a adesão da Venezuela ao bloco do Mercosul. Um importante e necessário avanço na integração regional da América Latina e mais uma dor de cabeças para política externa brasileira. Afinal, lidar com o temperamento do camarada Hugo Chaves nunca foi o forte dos nossos diplomatas do Itamaraty.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Psiquiatria encontra a explicação para o mau humor

Pronto! Um psiquiatra, profissional que tem como meta, assim como já bem demonstrou Machado de Assis, adoecer tudo e a todos, apresentou "a" explicação sobre o mau humor. Trata-se de uma doença, que pode ser resolvida com ansiolíticos.
Deve ser muito bom praticar a psiquiatria. Basta dizer que a pessoa, que apresenta qualquer tipo de sofrimento, está doente e, posteriormente, empurrar remédio no coitado.

O mundo é uma mercadoria

Marx é que estava certo. Segundo o eminente pensador, tudo, no capitalismo, tende a se tornar mercadoria. Neste movimento, este modo de produção abocanha praticamente todos os espaços espaços sociais. A matéria abaixo que recebi de um amigo parece comprovar a tese do filósofo e sociólogo alemão.
Death bonds: o investimento da morte
Bancos de Wall Street inventam um novo jeito de ganhar dinheiro: apostar na morte das pessoas.

por Marcos Ricardo dos Santos

Eles já apostaram em quase tudo. Depois de negociar em ações e petróleo, resolveram especular com financiamentos imobiliários – e quase quebraram a economia global. Agora os bancos de Wall Street inventaram um novo jeito de tentar ganhar dinheiro: apostar na morte das pessoas. Eles pretendem criar um novo tipo de investimento, que está sendo apelidado de death bond – "título da morte", em inglês – e basicamente consiste no seguinte. Os bancos compram os seguros de vida de idosos e revendem para investidores. Aí, quanto mais rápido os velhinhos morrerem, maior o ganho dos investidores.
Por incrível que pareça, já existem pelo menos 9 bancos, entre eles gigantes como Goldman Sachs e Credit Suisse, interessados na novidade. E os envolvidos dizem que isso não tem nada de mais. "Não há nada de imoral em oferecer uma oportunidade aos idosos que estejam precisando de dinheiro", afirma Will Menezes, gerente da Life Insurance Settlement Association (associação de empresas que negociam seguros de vida nos EUA). Mas o novo negócio tem detalhes de arrepiar. Com os avanços da medicina, no futuro os idosos poderão viver mais – o que faria os investidores perder dinheiro. Por isso, os bancos pretendem selecionar pessoas com as mais variadas doenças. Acredita-se que os death bonds possam atrair US$ 160 bilhões em investimentos. Mas o governo dos EUA, cuja negligência com os bancos de investimento ajudou a detonar a crise econômica mundial, jura que está de olho neles – e acaba de formar uma comissão especial que vai fiscalizar os títulos da morte.


Rendimento macabro
Quanto antes o velhinho morrer, melhor.

O IDOSO
Para conseguir dinheiro, um homem (ou mulher) de 60 anos vende seu seguro de vida ao banco, que paga 40% do valor total da apólice – neste exemplo, US$ 400 mil*.

O APOSTADOR
O banco compra milhares desses seguros e agrupa em títulos financeiros (bonds), que são revendidos a investidores do mercado financeiro.

A MORTE
Agora, existem 3 possibilidades.

MORTE NA IDADE ESPERADA
Vinte anos depois, o idoso morre. O valor total do seguro, US$ 1 milhão, vai para o investidor. Ele lucra US$ 600 mil, ou 130% do que havia aplicado. Isso dá 6,5% de ganho por ano.

MORTE PREMATURA
O idoso morre após 5 anos. O investidor recebe o US$ 1 milhão do seguro. Seu lucro foi de 130% em apenas 5 anos – equivalente a 26% por ano de investimento. Uhu!

MORTE TARDIA O idoso vive mais 30 anos. Os 130% de lucro, divididos por 30, dão apenas 4,33% de rendimento por ano – menos do que o investidor teria ganho aplicando em outra coisa.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Expressão do desespero

Poxa, essa é a maior expressão do desespero da direita conservadora brasileira. Levantaram a bola para Fernando Henrique Cardoso e ele, um ateu convicto, deu a seguinte declaração!
"Jesus se aliar a Judas para fazer política soa como uma blasfêmia", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, após evento sobre pré-sal no instituto que leva seu nome. "Não foi isso que a gente aprendeu na escola, nas aulas de religião."

Diminuição da inadimplência dos cheques

Lembro-me do discurso em que os teóricos cavaleiros do apocalipse afirmaram enfaticamente que, se Lula continuasse a estimular o consumo, as famílias do Brasil aumentariam exponencialmente os seus gastos, o que geraria uma taxa de inadimplência nunca antes imaginada. Depois de um ano, felizmente, o mundo não acabou e a economia parece está se recuperando, o que permite preconizar um crescimento econômico de 5% por cento para o ano que vem.
Sim! Olha este texto veiculado pelo blog do PHA (www.paulohenriqueamorim.com.br), tratando da diminuição da inadimplência e do fato de que o Brasil não acabou!
A inadimplência com cheques no Brasil foi de 1,94% em setembro de 2009, segundo o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. Foi o menor percentual desde outubro de 2008, mês em que os efeitos da crise internacional já começavam a serem sentidos no país. Vale lembrar que o cheque é considerado desprovido de fundos, a partir de sua segunda devolução.Já na variação de setembro de 2009 sobre setembro do ano anterior, a inadimplência com cheques cresceu 8,4%. A alta também foi observada na relação entre o acumulado de janeiro a setembro de 2009, perante igual período de 2008, com 13,8% de crescimento no número de cheques devolvidos.Na comparação de setembro com agosto último, por sua vez, o levantamento verificou uma queda de 1,0% na inadimplência com cheques. Segundo os analistas da Serasa Experian, este decréscimo relaciona-se, por um lado, com a recuperação do mercado de trabalho, melhorando as condições de renda e de emprego dos consumidores no bojo da retomada do consumo e da produção domésticos, e, pelo outro, pelo próprio processo de reequilíbrio do fluxo de caixa das empresas, após terem passado por vários meses de dificuldades operacionais, como também de acesso ao crédito, especialmente as micro e pequenas empresas.Para os meses seguintes, a expectativa dos técnicos é positiva: Tendo em vista que o crescimento econômico deve manter-se ao longo dos próximos meses, a tendência é de observarmos ligeiras reduções no percentual de devolução de cheques.Veja abaixo tabela completa com os números de cheques devolvidos e compensados, no período de janeiro a setembro de 2009 e 2008, em setembro de 2009 e 2008, e agosto de 2009.

Censura ao blog do Ailton

Ailton Medeiros, jornalista que alimenta um dos blogs mais visitados de NAtal, faz uma denúncia grave. Segundo ele, o acesso ao seu blog (www.ailtonmedeiros.com.br) foi censurado pela prefeitura do Natal. Os computadores da prefeitura estão bloqueados de ingressar no blog do Ailton. A crítica consistente que ele faz da nossa terrinha deve, de fato, incomodar muita gente mesmo. É importante lembrar, no entanto, que nossa prefeita é jornalista e não pode compactuar com uma atitude como esta.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O engodo da quebra dos municípios

Ao voltar para casa, ouvi um debate entre o deputado estudual Fernando Mineiro (PT), o prefeito de Lajes e presidente da federação dos municípios do RN Benes Leocadio e o Prefeito de Tangará.
Fernando Mineiro, com sua inteligência, trucidou os debatedores e demonstrou que o discurso que os municípios do RN estão quebrando tem muito de fantasioso. Citando o exemplo do município de Lajes, Mineiro apontou um quadro bem menos assustador do que o pintado pelos prefeitos da cidade do interior. De acordo com ele, Lajes recebeu, em 2008, cerca de 3 milhões de reais, valor semelhante que receberá em 2009.
Nenhum município do RN, disse ele, receberá FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em 2009 inferior ao recebido em 2008. Ele ainda afirmou que até 2007, o FPM apresentou uma duplicação do repasse de recursos a alguns municípios. Ou seja, de 2006 para 2007 há uma duplicação dos recursos, o que também aumentou em 2008 e se manteve em 2009. Mineiro questionou - como é que vocês podem reclamar se há um crescimento constante dos recursos? Como é que vocês estão administrando este dinheiro? Fica complicado só falar em aumento do repasse se sequer a grande maioria das prefeituras do RN publicam com o que estão gastando, disse Mineiro.
O prefeito de Lajes ficou todo errado, como a gente diz comumente. Tanto o prefeito de Lajes como o prefeito de Tangará disseram que o que o Dep Mineiro dizia era a mais pura verdade.
O jornalista que, nitidamente insistia na veracidade da quebra e do aperto dos municípios, resolveu então mudar de assunto.

Aprendendo a ler as pesquisas eleitorais

Li no site do jornalista Luis Nassif (http://www.luisnassif.com.br/), que o PSDB publicou uma pesquisa em que aponta José Serra com 41% das intenções de voto e Dilma com 17% do eleitorado. O detalhe é que os respectivos candidatos a vice-presidência também foram mencionados. José Serra aparece ao lado de Aécio Neves e Dilma Roussef atrelada a Michel Temer. O artificial crescimento de Serra, se comparado a última pesquisa do IBOPE em que ele aparece com 35% das intenções de voto, pode ser creditado a esta "artimanha".
Como as sondagens, em muitos momentos, jogam uma nuvem obscurecedora no ar, escrevo o texto abaixo, tentando apontar algumas questões relevantes para a adequada leitura das pesquisas eleitorais.
Penso que há muita ingenuidade na leitura das pesquisas de opinião. É preciso constatar que a publicação de uma pesquisa eleitoral diz respeito a uma estratégia política. É impossível exigir o contrário quando os candidatos estão em disputa. Ninguém, em sã consciência, vai gastar para fazer circular uma pesquisa que o prejudique.
Lembre-se, por exemplo, da eleição do Collor. Em 1989, na medida em que ele crescia nas pesquisas, os seus estrategistas enchiam o Brasil com os novos patamares alcançados. Lembro-me ainda que criaram, na época, até um bordão – “quando Collor cai, a pesquisa do IBOPE nao sai”.Se a pesquisa eleitoral, portanto, pode ser equacionada como uma ferramenta estratégica de disputa, a tendência é que sua publicação seja seletiva.
O encomendador da pesquisa só veicula aquilo que lhe convêm. Isto não significar dizer, necessariamente, que as perguntas são enviesadas. O que acontece é que, numa pesquisa eleitoral, as mais variadas simulações são enquadradas no questionário. As que se mostrarem mais positivas serão tornadas públicas. Caso isso não aconteça, nada sairá.
Por isso que o público precisa aprender a ler e a constatar a possível validade destas sondagens.Gostaria de apresentar três meios de análise das pesquisas:
01) Analisar se a amostra respeita a proporcionalidade do universo populacional investigado. Uma das artimanhas comuns é super-dimensionar, por exemplo, a quantidade de entrevistados nas classes, nas faixas etárias ou no nível de escolaridade aonde o candidato tem maior aceitação. Com isso, ele apresenta um crescimento artificial;
02) Compreender como as perguntas e suas simulações decorrentes foram construídas. A pergunta com os vices apresentados, tal como ocorreu com Aecio, como vice de Serra; e Temer, como Vice de Dilma, é uma simulação natural. O viÊs não está nesta comparação, mas sim no ocultamento das outras questões que, com certeza, foram feitas, mas não foram publicadas. Mais uma vez, é preciso perceber que a veiculação da pesquisa é uma questão estratégica. Temos que ficar atentos ao que foi veiculado e ao que, provavelmente, foi “esquecido”;
03) O leitor da pesquisa deve identificar quem foi a pessoa ou órgão que encomendou a pesquisa e quais são os seus interesses na veiculação da sondagem.
Acredito que analisando estes três aspectos é possível refletir adequadamente sobre a validade ou não da pesquisa.
PS. Lendo os últimos dados desta pesquisa do IBOPE, acredito que Serra deve ter apresentado uma queda, já que o índice de intenção de voto entre ele e Dilma não foi veiculado. Tenho certeza que a pergunta foi feita. O fato é que ela não foi veiculada. A pesquisa, neste sentido, tem três objetivos claros - 01) Fortalecer Serra diante de Aécio; 02) Demonstrar a validade de uma chapa puro sangue PSDBista; e 03) atacar a ala do Democratas que almeja condicionar a aliança com o PSDB ao fato de indicar o candidato a vice-presidência. Rodrigo Maia e Agripino atuam nos bastidores para conseguirem indicar um Vice do Dem.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

De Marco Aurélio para Gilmar Mendes

Marco Aurélio Garcia, um dos principais assessores de Lula, respondeu as críticas de Gilmar Mendes. Segundo o presidente do Supremo, a visita de Lula a obra de transposição das águas do Rio São Francisco representa uma medida eleitoreira, o que feriria a legislação vigente, que impede a propaganda eleitoral antes do período previsto. Para o Marco Aurélio Garcia, Gilmar Mendes deveria se limitar a falar nos autos dos seus processos, ao invés de se meter nas questões que não lhe dizem respeito.
Antes dele, é importante não nos esquecermos, o ministro do Supremo Tribunal Federal - Joaquim Barbosa - também tinha falado coisa parecida. Gilmar, além de não respeitar a relação entre os poderes, parece, ele sim, estar bastante preocupado com as eleições do ano que vem.

Nordeste: a nova locomotiva do Brasil

De acordo com o ministro da integração nacional Geddel Vieira Lima, há a possibilidade do nordeste se transformar na nova locomotiva do Brasil. Isto porque, além de crescer a um índice maior do que a perspectiva nacional, o nordeste vem recebendo inúmeras obras de infra-estrutura, tendo como carro-chefe a transposição do Rio São Francisco, que já começa a ser uma realidade. O PIB nordestino já cresce mais do que a tendência nacional. São Paulo que se cuide...

PT E PMDB: Um casamento anunciado?

De acordo com os pmdbistas Henrique Alves, já de olho na presidência da câmara, e Michel Temer, sonhando com a vice-presidência do Brasil, a oficialização do casamento entre o PT e o PMDB parece algo "quase" resolvido. A questão é saber até que ponto Orestes Quercia (SP), Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e outras lideranças regionais do PMDB podem melar este processo.

Demissão de Thaisa Galvão do JH

Thaisa Galvão, para quem não conhece, era a editora-chefe do jornal de hoje. A imprensa natalense repercutiu a sua demissão, ocorrida esta semana, lamentando o acontecido. Mesmo com todas as "xurumelas" de muitos blogueiros, o fato é que ela fez por "merecer".
A jornalista vinha se servindo do jornal para alimentar o seu blog e o seu bolso. Na liderança desta editora, O JH só viu sua tiragem diminuir vertiginosamente. A perda da credibilidade era notória. O JH, lembrem-se, foi aquele que atuou de maneira ridícula durante as eleições municipais de 2008, chegando a encartar em suas páginas, um dia antes da eleição, "santinhos" da, agora, prefeita Micarla. Além disso, ela era "afeiçoada" aos círculos de poder local e estadual. Seu blog tem a façanha de ter patrocínio da prefeitura, câmara manicipal e governo do estado. Como desempenhar o jornalismo político em um ambiente destes? É possível tecer uma crítica a governadora depois de ter recebido o contra-cheque do "patrocínio"?
A questão é que não dá para ficar demonizando a jornalista. O modo como ela atuava não diz respeito a um modus operandi isolado, mas constitui-se como o modelo profissional seguido pelos jornalistas locais.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A miséria de ler jornais no RN

Escrevi o texto abaixo no ano passado e o publiquei no Jornal de Hoje. Acredito que ele ainda continua atual.

A MISÉRIA DE LER JORNAIS NO RN


Às vezes me pergunto porque invisto parte do meu tempo diário, lendo os jornais locais. Talvez porque acredite, seguindo as pegadas do grande filosofo alemão Friedrich Nietzsche, que informação e conhecimento representam poder. Porém, o grande problema é que, para os jornais locais, salvo raríssimas exceções, informação parece não ser mais uma coisa muito relevante, se é que já foi um dia. Acredito que a análise de alguns cadernos tradicionais publicados pelos periódicos de nosso estado dará força aos meus argumentos.
O jornalismo político no RN, por exemplo, é uma negação. O que há é um "novelismo chinfrim", já que os personagens da política são pensados como atores de uma típica novela brasileira. Os jornalistas, ao mesmo tempo em que falam das supostas “articulações”, fazem de suas colunas um autêntico espaço de fofocas e de notícias plantadas, viabilizando interesses de terceiros e reforçando positivamente a imagem de seus comandantes. A verossimilhança das colunas políticas com a imagem de duas velhinhas conversando sobre a vida alheia não é mera coincidência. Coisa ridícula.
No entanto, o caderno cultural consegue, por incrível que pareça, se superar. A movimentação artístico-cultural de nossa cidade perde total espaço, já que é mais relevante mostrar fotos das festas “chiques” e de pessoas “representativas” de nossa “sociedade”. Os cadernos culturais poderiam se chamar, seguindo a moda dos sites que cobrem as festas da cidade, de www.opovinhosemgraca.com.br.
As páginas policiais, não deixando a péssima qualidade jornalística desaparecer, desempenham justamente as ações que não deveriam exercer. Assustam a população com matérias sensacionalistas, gerando um sentimento de pânico compartilhado. Muito sangue e pouca discussão.
Não podemos esquecer ainda do vazio caderno de economia e do ininteligível espaço destinado a discussão da “cidade”. Enquanto o primeiro é um arremedo do prestigiado Valor Econômico, o último é um conjunto de retalhos de informações desencontradas e sem um norte estabelecido.
Envio este desabafo, pois acredito, não sei se por ingenuidade ou por qualquer outra coisa, que o jornal deixará de publicar os “artigos” de alguns pseudo-escritores e de outros rapino-pensadores, para prestigiar a minha crítica, pois de tal modo, pelo menos uma vez, o meu tempo investido diariamente na leitura dos jornais locais ganhará sentido.

A Política e o efeito de curto-circuito da opnião pública pré-formada

Conforme entrevista publicada ontem no Portal Terra Magazine e repercutida na blogsfera, o deputado federal Rodrigo Maia – presidente nacional do DEM – parece está bastante preocupado com as dificuldades existentes em deslanchar a candidatura Serra ao Planalto. E já começa a cogitar o nome do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, como o plano B da oposição na corrida presidencial de 2010. José Serra, certamente, deve está passando pelo seu inferno astral: O DEM de SP se estranhando com o PSDB paulista, particularmente, entre o grupo de Kassab e o de Alckmin; a incapacidade da oposição de produzir algum fato político sério suficiente para desestabilizar o governo Lula; o anuncio projetivo de que o país deve crescer a uma taxa superior de 4% no próximo ano; e agora, essa entrevista externando a insatisfação do DEM em relação aos rumos da candidatura presidencial de Serra. Para quem tinha dado como certa a vitória de José Serra em 2010, a cerca de 4 meses atrás, parece que agora deve está repensando seriamente suas previsões. Seria o caso do IBOPE de Carlos Montenegro?

sábado, 17 de outubro de 2009

Entrevista concedida para uma revista religiosa

Pessoal,

Vê se pode... Uma amiga me disse que tinha uma revista, querendo um sociólogo para comentar a possibilidade de surgir uma lei favorável a criminalização do preconceito contra os homossexuais. Ela me indicou para a jornalista, que prontamente entrou em contato comigo. A Entrevista foi concedida.
Passaram-se uns meses e perguntei a minha amiga, que havia estabelecido o nosso contato, se a entrevista havia sido publicada....
Resultado - ela me disse que a entrevista não foi veiculada, pois minhas respostas tinham sido muito liberais e o que a jornalista queria era alguem que dissesse que o projeto é errado e se apresenta como um atraso para a sociedade brasileira.

Finalmente! Lina achou a agenda!

Marx, no seu livro 18 de brumário, nos ensinou que o fato histórico sempre se repete... a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Pronto, a primeira vez da Lina todos já conhecem... A segunda - a farsa - veio agora... Ela alega, finalmente, ter achado a agenda e que, agora sim, sabe qual foi o dia do encontro... Tudo com a "brilhante" cobertura da "veja".

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As desinteressantes conversas com PTistas

Está se tornando cada vez mais chato conversar com alguns PTistas. Depois que o PT virou governo e, merecidamente, vem recebendo elogios por sua boa gestão, não é mais permitido criticar qualquer ato deles. Por mais ancorada nos fatos que esteja, uma crítica a conduta governista é logo enquadrada como uma análise "conservadora", que não atenta para as conquistas da gestão Lula e que, no fundo, está alicerçada no desejo de ver um tucano no poder.
Ora, o pensamento racional e reflexivo não admite dividir espaço com tal tipo de maniqueísmo. A divisão da política entre bandidos e mocinhos pode divertir. Serve também para dar fama a determinados blogs, que se apresentam como a última trincheira (pseudo)analítica do mundo. Porém, não possibilita compreender a multiplicidade dos interesses em jogo, as consequências intencionais e não intencionais das ações, e, em última instância, as multiplas determinações da esfera política. A política, pelo próprio nome que a define, não é monolítica.
Parece que, ultimamente, tem muita gente tem esquecido disto. Estão esquecendo que a oposição tem mais é que criticar, contestar e utilizar de todas as estratégias cabíveis para desacreditar um projeto de Brasil, como o PT apresenta. Assim como o PT atacou frontalmente o projeto de Brasil imaginado pelo FHC, nada mais justo que os tucanos procedam deste modo também.
O PT está fazendo um governo ímpar, atingindo patamares incríveis de conquistas sociais e econômicas. Entretanto, a oposição, numa democracia, não deixou de ser oposição. E cabe ao governo se articular no sentido de conviver democraticamente com ela.
É válido ressaltar também que o baixo nível da mídia dominante no sentido de cobrir as conquistas do governo Lula está criando a sua antítese. Novas mídias, preocupadas demais em "defender" a base liderada pela estrela vermelha e a ocupar o espaço aberto pelo modelo esgotado de difusão de notícias, estão criando uma apresentação igualmente ralé da informação, caracterizando toda a qualquer pessoa que faça um comentário negativo para com as estratégias governistas como alguem com interesses conservadores, um ser ingênuo e/ou alienado.
Penso que as coisas não funcionam assim. Porém, não me impressionarei se um dia entrar na casa de algum amigo do coração vermelho e encontre uma imagem do Lula pregada na parede e ele ajoelhado rezando por um futuro melhor.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Desmembramentos políticos de 2010

Os jornais locais passaram meses especulando sobre um fato - desculpe a repetição - já consolidado há meses. Perguntavam-se sobre a possível candidatura de Iberê, Robinson ou João Maia. Iberê é o candidato do governo. Obviamente! Ou alguem gozando das plenas faculdades mentais, realmente, acredtaria que um pré-candidato, que estará com a caneta na mão na época da eleição, abriria mão de participar do pleito em favor de outrem? Não há espaço para amizade e para a cordialidade na política. Max Weber, grande pensador alemão, certa vez disse: quem quer salvar a alma que procure uma igreja. Não dá para imaginar o espaço político como o espaço da lealdade, da cortezia e do respeito aos acordos firmados. Os acordos foram feitos para serem administrados até o momento em que se torna necessário quebrá-los. Isto acontece, principalmente, na política.
Porém, os jornalistas anunciaram a provável candidatura de Iberê como se estivessem descoberto a vida em outro planeta.
A questão é que Robinson sempre soube disso. A sua intenção é e sempre foi a de ter a possibilidade de rompimento como perspectiva, caso assim desejasse. Porém, ficaria feio sair, caso assim ele viesse, de fato, proceder, sem uma justificativa clara e objetiva. Além disso, a idéia da "indefinição" permitia ao presidente da assembléia permanecer no governo sem maiores problemas. Esperou até o último momento para poder, com isso, receber a justificativa plausível para romper. Pronto! Agora agirá, seguindo a racionalidade política que o contexto eleitoral exige. Olhará para as pesquisas, fará uso do seu feeling e, a partir disto, escolherá um lado sem maiores dificuldades. Pode perfeitamente se conformar no grupo do governo ou se aproximar de rosalba, alegando perseguição do grupo que integra.
Só espero que agora a análise política não se resuma a conversas, idas e vindas de possíveis candidatos. A política, os jornalistas precisam entender, não pode ser resumida a isto.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Emocionante depoimento de Lula

O depoimento de Lula sobre a escolha do Brasil para sediar as olimpíadas foi um dos discursos mais humanos que já vi. Independentemente da maneira como você enxerga o mundo, é interessante assistir. O vídeo foi publicado no Blog do planalto. Segue abaixo um link aonde se pode ter acesso a gravação. O link foi retirado do blog do jornalista Paulo Henrique Amorim.

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=19588&cpage=4#comment-210195

O tiro no pé do MST

O Movimento dos Sem Terra - o MST - é um movimento social legítimo, que luta pela justa causa da reforma agrária. No entanto, destruir pés de laranja em cadeia nacional representa um verdadeiro tiro no pé. Faz-se necessário fazer uma auto-crítica quanto as estratégias políticas desenvolvidas. Caso contrário, este movimento continuará a atuar de maneira, apenas, a dar munição para que os seus opositores construam o seu caixão e enterrem o movimento.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Implicações da ausência de oposição no meio jornalístico e político

É público-notório que não há oposição em Natal. Tal questão parece ainda mais significativa neste momento, já que os possíveis candidatos ainda não definiram com que grupo irão marchar no ano que vem. Como os jornais natalenses são braços políticos das tradicionais famílias da cidade e/ou tem íntima associação com um líder político X ou Y, não há crítica para nenhum dos lados no qual a luta tende a se polarizar nas eleições em 2010, já que, em tese, qualquer um pode ser um aliado em potencial. A tendência é que continue assim até o momento em que exista um posicionamento dos participantes. Quando isto acontecer!! Sai de baixo! Vai ser dossiê para tudo que é lado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Caso Honduras

Mesmo com a suspensão das liberdades constitucionais, a imprensa ainda teima em chamar o governo golpista de "interino".

sábado, 26 de setembro de 2009

Flipa - Trapaça literária de PIPA

Este final de semana tem o "imperdível" FLIPA - Festival Literário de Pipa. A programação "promete" no quesito horror, já que escritores nada representativos do mundo literário e as figurinhas repetidas das chatas colunas sociais do nosso município se farão presentes.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Estranha estratégia da bancada da gestão municipal na câmara

Os vereadores governistas do município de Natal pretendem abrir mais duas CEIs (Comissões Especiais de Inquérito) - uma sobre a construção do parque das cidades e a outra sobre a fucarte.
Penso que estas tentativas de bater na gestão anterior constantemente têm um conjunto de consequências imprevistas, que até agora não foram equacionadas pelo atual grupo político que desempenha a gestão da prefeitura de Natal. Estas iniciativas só servem para manter o ex-prefeito Carlos Eduardo vivo politicamente.
Isto porque há em todo o RN, e não apenas em Natal, um verdadeiro rombo no cenário político. Não há oposição. Chegamos numa situação em que todo mundo é situação, ou, em determinados casos, não se opõe explicitamente. O máximo que encontramos são políticos, comendo pelas beiradas, mas nada de crítica direta.
Pois bem, ao atacar interminavelmente e indefinidamente a gestão anterior, os vereadores estão criando uma liderança oposicionista aqui no nosso município. Carlos Eduardo está sendo colocado numa condição de vítima - um verdadeiro perseguido -, dando ainda ao ex-prefeito a oportunidade constante de criticar a atual administração e, de quebra, colocar em xeque a imparcialidade dos vereadores governistas.
As estratégias de ataque contra o ex-prefeito ainda permitem que o ex-prefeito, ao se defender, toque em temas sensíveis aos natalenses, tais como saúde e água, por exemplo.
Sem mandato e sem livre trânsito na gestão governamental, Carlos Eduardo teria que passar, no mínimo, dois longos anos atuando, no máximo, nos bastidores, não podendo agir na cena política. No entanto, ironicamente, quem mais bate nele, vem mantendo ele vivinho, vivinho, permitindo que dois anos sejam rapidamente superados e até, diria eu, degustados.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A PESQUISA TEM QUE SEGUIR A REALIDADE, MAS NÃO A DO CENSO DO IBGE 2000

O Senado aprovou na reforma eleitoral, com pouquíssima discussão, o critério proposto pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que obriga as pesquisas de opinião pública seguir os mesmos critérios de idade, gênero, nível de renda e escolaridade que a pesquisa do IBGE.
Como se sabe, há institutos vendendo muito mais do que informação e conhecimento. As pesquisas de opinião, modalidade em que também se enquadram às pesquisas eleitorais, vem sendo escancaradamente manipuladas. Os pesquisadores, levados pelos seus interesses financeiros e políticos, alteram a composição da amostra de maneira a privilegiar candidatos que tem forte aceitação numa camada da população, mas são pouco competitivos em outras classes. O “subterfúgio” metodológico é bem simples - se o candidato goza de força nas classes A e B, o instituto produz uma amostra de maneira à super dimensionar a representatividade desta população na pesquisa. Com isso, o político tem sua votação artificialmente inflada.
Mesmo não havendo consenso na literatura especializada sobre o poder de influência das sondagens no resultado eleitoral, é fato que os institutos de pesquisa precisam ser fiscalizados em suas atividades, coisa que os TRE´s já vem fazendo em período de campanha, obrigando os institutos a registrarem a metodologia seguida, o questionário aplicado e o comprador do levantamento no referido órgão antes de tornar a pesquisa pública.
Até aí tudo bem. O interessado em analisar os dados veiculados em um jornal, por exemplo, pode averiguar todo o processo de efetivação de uma sondagem no TRE e tirar suas próprias conclusões.
Porém, o senado passou do limite do aceitável. Vincular a produção da amostra aos parâmetros do universo pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traria conseqüências negativas, pois enviesaria todos os resultados das pesquisas eleitorais do ano que se avizinha.
A explicação é bem simples. O IBGE, se não me falhe a memória, teve seu último censo produzido em 2000. Os dados, neste sentido, se encontram claramente defasados. Por exemplo, o mercado de ensino universitário cresceu exponencialmente, gerando um grupo muito grande de pessoas formadas e pós-graduadas. Como equacionar, hoje, a quantidade de cidadãos que tem ensino fundamental, médio e/ou superior, a partir de um quadro de análise tomado de empréstimo do século XX? Além disso, com o crescimento econômico, as classes B e C também aumentaram bastante. O número de sujeitos que saíram da linha de pobreza foi grandioso. Os institutos produzirão, desta maneira, em 2010, seus levantamentos eleitorais, pesquisando uma quantidade X de eleitores menos abastados, que já não mais existem na proporção que eram caracterizados na virada do segundo para o terceiro milênio.
Seria possível seguir os dados oficiais dos TRE´s no que diz respeito, apenas, ao sexo e a idade, já que há uma atualização cadastral constante dos eleitores nestes dois critérios. Porém, não seria possível afirmar o mesmo sobre as variáveis de renda e grau de instrução, o que obrigaria a levar em consideração o censo ultrapassado. Normatizar, portanto, as pesquisas eleitorais a serem aplicadas em 2010, pensando em 2000 é um total contra-senso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nossa imprensa

A saúde se encontrando na situação como está e, ao invés de levantar o debate, a imprensa prefere cobrir as conversas entre a recém-criada e, acredito eu, com data certa para acabar Unidade Potiguar e o vice-governador Iberê Ferreira de Souza.

sábado, 12 de setembro de 2009

Melô do transporte público municipal

Quem conhece, desconhece!

Para ir e vir sem qualidade,

Para andar feito batata; pela

cidade!!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pesquisa de opinião e participação política

A pesquisa de opinião, parafraseando o raciocínio lógico do general prussiano Carl von Clausewitz, é a continuação da política por outros meios. De fato, quando as eleições se aproximam, a guerra das pesquisas toma conta dos jornais, domina as conversas nos cafezinhos e ajuda a condicionar o rumo da disputa entre os candidatos. No entanto, é importante ficar atento nas condições de processamento da pesquisa, meios de veiculação da mesma e, principalmente, se perguntar sobre os interesses de quem a encomendou e porque tornou a pesquisa pública. Serão apresentados alguns exemplos de como as pesquisas podem mais obscurecer do que ajudar a explicar a opinião pública.
Os resultados trazidos pelas sondagens podem ser fantásticos – entrevistando poucas pessoas retiradas de uma grande população, a pesquisa consegue apresentar um resultado bastante satisfatório. Com isso, pode-se investigar os anseios da sociedade no que diz respeito à constituição de políticas públicas, suas intenções eleitorais, mercadológicas, etc. Há, entretanto, muitas formas de enviesar – expressar de maneira tendenciosa e não imparcial – o resultado de uma pesquisa de opinião. Apresentaremos as duas principais – alterando o perfil amostral e construindo de modo parcial as questões contidas no questionário.
Primeiro, uma pesquisa de avaliação pode ser alterada em seus resultados, através do viés atribuído na construção do perfil amostral para investigar uma determinada comunidade. Por exemplo, vamos imaginar que um instituto é contratado para averiguar o índice de aprovação de um gestor municipal. O prefeito, sabendo que tem alta aprovação apenas nas classes A e B, pede para que o instituto dê uma “atenção especial” a estes estratos no momento da pesquisa. O grande problema para o gestor é que, naquela população, as classes A e B só representam 20% dos moradores da cidade. Enquanto isso, 80% dos moradores se enquadram nas classes C, D e E.
Se o perfil amostral for constituído de modo imparcial, então, ele deve respeitar os 20% da representatividade das classes A e B. Portanto, 20% dos entrevistados deverão ser oriundos destas classes. No entanto, o pesquisador, preocupado em agir politicamente e desrespeitando a sua função social, constrói sua amostra de maneira a interrogar 40% dos membros das camadas mais elevadas economicamente da sociedade. Desta forma, o gestor terá uma avaliação municipal mais elevada do que, de fato, ele goza em seu município.
Segundo, outro meio bastante comum de ir de encontro aos preceitos éticos das pesquisas de opinião é retirar o quantum de imparcialidade que uma pergunta estabelecida por um questionário deve ter. Vamos, mais uma vez, utilizar o exemplo de uma pesquisa de opinião, que diga respeito à avaliação de governo.
O gestor, enquanto figura individual, desfruta de grande prestígio junto à sociedade. No entanto, sua administração não é bem vista pelos cidadãos. Pensando nisso, o governador, ao encomendar uma pesquisa de opinião, solicita que a pergunta seja feita da seguinte maneira: “como o (a) Sr (a) avalia a gestão de Fulano de Tal”. Com isso, ao atribuir maior ênfase à figura do administrador enquanto pessoa, a sua atuação enquanto líder do seu governo fica relegada a um segundo plano.
No caso de acontecer o contrário – uma má avaliação do gestor enquanto pessoa, por problemas de relacionamento com o cônjuge e/ou qualquer outro motivo –, mas uma boa imagem de sua prefeitura, o instituto pode ser “orientado” a fazer a pergunta da seguinte maneira: “Como o (a) Sr (a) avalia a gestão da prefeitura do seu município?”.
Pode-se constatar que, em um exemplo, a ênfase da pergunta é direcionada para a imagem do político, escondendo a sua administração como tal; e, no segundo momento, a questão se centraliza na gestão, deixando a imagem individual do líder intocada.
Assim, tanto na elaboração desequilibrada da pergunta, como também na composição da amostra de modo enviesado, o instituto, fechando os olhos para a sua função social de geração imparcial de informação, pode lançar uma nuvem de poeira diante dos cidadãos. É importante, portanto, que os cidadãos fiquem atentos a estes procedimentos e saibam constatar a seriedade ou não das pesquisas, exercitando sua reflexividade de escolha de modo mais significativo.