domingo, 30 de agosto de 2009

A política e os intelectuais

A política brasileira tem seus momentos de sebastianismo como não poderia deixar de ser. Em período em que se credita uma “crise” às instituições políticas do país e aos partidos tradicionais, sempre que possível, estratos “formadores” da chamada opinião pública, procuram alguém que possa personificar a possibilidade real de “oxigenação” ou “higienização” (???) da política tupiniquim. Até mesmo nossos grão intelectuais consagrados se deixam contaminar por esse sentimento ou síndrome do “novo- ísmo”.

Assim, intelectuais de peso, a exemplo de Marcos Nobre, Arthur Gianotti e Francisco de Oliveira são chamados para comentar acerca da política nacional atual e do que representaria a presença de Marina nesse cenário. E qual o resultado desse encontro tão eclético em pensamentos? Um consenso, meus senhores! Sim, um consenso em torno da “crise” moral na política brasileira e... um consenso do "raio de sol” que se apresenta no meio de tanta escuridão política: a emergência de Marina Silva como um “novo” agente político nacional. Realmente, nossos intelectuais andam preguiçosos em matéria de análise política. Se renderam ao olhar da política sob a ótica da ação voluntária individual e esqueceram que a política é uma arena de ação coletiva, um espaço de lutas objetivas por posição e hegemonia do poder.

Ver grandes nomes da intelectualidade brasileira fazer esse tipo de leitura voluntarista da ação política é tão deprimente quanto assistir os partidos políticos disputarem o bastão da ética na luta política.

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