É impressionante a falta de visão de totalidade da nação por parte dos nossos governantes. Bastou o governo federal sinalizar com a idéia de repartir de uma maneira mais equitativa entre todas as unidades da federação, o aporte potencial de recursos oriundo do pré-sal para que os governadores do eixo Rio de Janeiro-São Paulo – Espírito Santo entrassem em cena, principalmente, com a liderança atuante do governador Sergio Cabral, contestando a possibilidade de revisão do marco regulatório vigente acerca dos percentuais de royalties e participação da exploração do petróleo. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com o quadro de partilha dos recursos que opera até o momento, cabe registrar que a União tem direito a metade dos recursos, enquanto que 40%(vejam só) dos recursos pertencem aos estados produtores e aos municípios, 10%.
Esse modelo de partilha para lá de anacrônico presta uma grande contribuição para a reprodução estrutural das desigualdades regionais do país e representa um forte concentrador de riqueza no sudeste.
E não adianta um sopro de bom senso da parte de um especialista com visão macro da nação, tal como Marcio Pochmann (presidente do IPEA) alertando para importância de se discutir a compatibilidade do avanço econômico com o avanço social. É bem verdade que é compreensivo a gritaria de Sergio Cabral (PMDB- RJ) e Paulo Hartung (PSB-ES), pois os mesmos não querem correr o risco de “descapitalizar” politicamente nos seus respectivos estados em período eleitoral. Mas José Serra(PSDB-SP) que é presidenciável? Pois é, essa postura pró-São Paulo já mostra a visão de estadista do camarada Serra em relação ao país. Com certeza, nosso grão DEMcrata José Agripino deve ter aprovado a atitude do seu candidato ao Planalto.
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