terça-feira, 29 de setembro de 2009

Implicações da ausência de oposição no meio jornalístico e político

É público-notório que não há oposição em Natal. Tal questão parece ainda mais significativa neste momento, já que os possíveis candidatos ainda não definiram com que grupo irão marchar no ano que vem. Como os jornais natalenses são braços políticos das tradicionais famílias da cidade e/ou tem íntima associação com um líder político X ou Y, não há crítica para nenhum dos lados no qual a luta tende a se polarizar nas eleições em 2010, já que, em tese, qualquer um pode ser um aliado em potencial. A tendência é que continue assim até o momento em que exista um posicionamento dos participantes. Quando isto acontecer!! Sai de baixo! Vai ser dossiê para tudo que é lado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Caso Honduras

Mesmo com a suspensão das liberdades constitucionais, a imprensa ainda teima em chamar o governo golpista de "interino".

sábado, 26 de setembro de 2009

Flipa - Trapaça literária de PIPA

Este final de semana tem o "imperdível" FLIPA - Festival Literário de Pipa. A programação "promete" no quesito horror, já que escritores nada representativos do mundo literário e as figurinhas repetidas das chatas colunas sociais do nosso município se farão presentes.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Estranha estratégia da bancada da gestão municipal na câmara

Os vereadores governistas do município de Natal pretendem abrir mais duas CEIs (Comissões Especiais de Inquérito) - uma sobre a construção do parque das cidades e a outra sobre a fucarte.
Penso que estas tentativas de bater na gestão anterior constantemente têm um conjunto de consequências imprevistas, que até agora não foram equacionadas pelo atual grupo político que desempenha a gestão da prefeitura de Natal. Estas iniciativas só servem para manter o ex-prefeito Carlos Eduardo vivo politicamente.
Isto porque há em todo o RN, e não apenas em Natal, um verdadeiro rombo no cenário político. Não há oposição. Chegamos numa situação em que todo mundo é situação, ou, em determinados casos, não se opõe explicitamente. O máximo que encontramos são políticos, comendo pelas beiradas, mas nada de crítica direta.
Pois bem, ao atacar interminavelmente e indefinidamente a gestão anterior, os vereadores estão criando uma liderança oposicionista aqui no nosso município. Carlos Eduardo está sendo colocado numa condição de vítima - um verdadeiro perseguido -, dando ainda ao ex-prefeito a oportunidade constante de criticar a atual administração e, de quebra, colocar em xeque a imparcialidade dos vereadores governistas.
As estratégias de ataque contra o ex-prefeito ainda permitem que o ex-prefeito, ao se defender, toque em temas sensíveis aos natalenses, tais como saúde e água, por exemplo.
Sem mandato e sem livre trânsito na gestão governamental, Carlos Eduardo teria que passar, no mínimo, dois longos anos atuando, no máximo, nos bastidores, não podendo agir na cena política. No entanto, ironicamente, quem mais bate nele, vem mantendo ele vivinho, vivinho, permitindo que dois anos sejam rapidamente superados e até, diria eu, degustados.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A PESQUISA TEM QUE SEGUIR A REALIDADE, MAS NÃO A DO CENSO DO IBGE 2000

O Senado aprovou na reforma eleitoral, com pouquíssima discussão, o critério proposto pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que obriga as pesquisas de opinião pública seguir os mesmos critérios de idade, gênero, nível de renda e escolaridade que a pesquisa do IBGE.
Como se sabe, há institutos vendendo muito mais do que informação e conhecimento. As pesquisas de opinião, modalidade em que também se enquadram às pesquisas eleitorais, vem sendo escancaradamente manipuladas. Os pesquisadores, levados pelos seus interesses financeiros e políticos, alteram a composição da amostra de maneira a privilegiar candidatos que tem forte aceitação numa camada da população, mas são pouco competitivos em outras classes. O “subterfúgio” metodológico é bem simples - se o candidato goza de força nas classes A e B, o instituto produz uma amostra de maneira à super dimensionar a representatividade desta população na pesquisa. Com isso, o político tem sua votação artificialmente inflada.
Mesmo não havendo consenso na literatura especializada sobre o poder de influência das sondagens no resultado eleitoral, é fato que os institutos de pesquisa precisam ser fiscalizados em suas atividades, coisa que os TRE´s já vem fazendo em período de campanha, obrigando os institutos a registrarem a metodologia seguida, o questionário aplicado e o comprador do levantamento no referido órgão antes de tornar a pesquisa pública.
Até aí tudo bem. O interessado em analisar os dados veiculados em um jornal, por exemplo, pode averiguar todo o processo de efetivação de uma sondagem no TRE e tirar suas próprias conclusões.
Porém, o senado passou do limite do aceitável. Vincular a produção da amostra aos parâmetros do universo pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traria conseqüências negativas, pois enviesaria todos os resultados das pesquisas eleitorais do ano que se avizinha.
A explicação é bem simples. O IBGE, se não me falhe a memória, teve seu último censo produzido em 2000. Os dados, neste sentido, se encontram claramente defasados. Por exemplo, o mercado de ensino universitário cresceu exponencialmente, gerando um grupo muito grande de pessoas formadas e pós-graduadas. Como equacionar, hoje, a quantidade de cidadãos que tem ensino fundamental, médio e/ou superior, a partir de um quadro de análise tomado de empréstimo do século XX? Além disso, com o crescimento econômico, as classes B e C também aumentaram bastante. O número de sujeitos que saíram da linha de pobreza foi grandioso. Os institutos produzirão, desta maneira, em 2010, seus levantamentos eleitorais, pesquisando uma quantidade X de eleitores menos abastados, que já não mais existem na proporção que eram caracterizados na virada do segundo para o terceiro milênio.
Seria possível seguir os dados oficiais dos TRE´s no que diz respeito, apenas, ao sexo e a idade, já que há uma atualização cadastral constante dos eleitores nestes dois critérios. Porém, não seria possível afirmar o mesmo sobre as variáveis de renda e grau de instrução, o que obrigaria a levar em consideração o censo ultrapassado. Normatizar, portanto, as pesquisas eleitorais a serem aplicadas em 2010, pensando em 2000 é um total contra-senso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nossa imprensa

A saúde se encontrando na situação como está e, ao invés de levantar o debate, a imprensa prefere cobrir as conversas entre a recém-criada e, acredito eu, com data certa para acabar Unidade Potiguar e o vice-governador Iberê Ferreira de Souza.

sábado, 12 de setembro de 2009

Melô do transporte público municipal

Quem conhece, desconhece!

Para ir e vir sem qualidade,

Para andar feito batata; pela

cidade!!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pesquisa de opinião e participação política

A pesquisa de opinião, parafraseando o raciocínio lógico do general prussiano Carl von Clausewitz, é a continuação da política por outros meios. De fato, quando as eleições se aproximam, a guerra das pesquisas toma conta dos jornais, domina as conversas nos cafezinhos e ajuda a condicionar o rumo da disputa entre os candidatos. No entanto, é importante ficar atento nas condições de processamento da pesquisa, meios de veiculação da mesma e, principalmente, se perguntar sobre os interesses de quem a encomendou e porque tornou a pesquisa pública. Serão apresentados alguns exemplos de como as pesquisas podem mais obscurecer do que ajudar a explicar a opinião pública.
Os resultados trazidos pelas sondagens podem ser fantásticos – entrevistando poucas pessoas retiradas de uma grande população, a pesquisa consegue apresentar um resultado bastante satisfatório. Com isso, pode-se investigar os anseios da sociedade no que diz respeito à constituição de políticas públicas, suas intenções eleitorais, mercadológicas, etc. Há, entretanto, muitas formas de enviesar – expressar de maneira tendenciosa e não imparcial – o resultado de uma pesquisa de opinião. Apresentaremos as duas principais – alterando o perfil amostral e construindo de modo parcial as questões contidas no questionário.
Primeiro, uma pesquisa de avaliação pode ser alterada em seus resultados, através do viés atribuído na construção do perfil amostral para investigar uma determinada comunidade. Por exemplo, vamos imaginar que um instituto é contratado para averiguar o índice de aprovação de um gestor municipal. O prefeito, sabendo que tem alta aprovação apenas nas classes A e B, pede para que o instituto dê uma “atenção especial” a estes estratos no momento da pesquisa. O grande problema para o gestor é que, naquela população, as classes A e B só representam 20% dos moradores da cidade. Enquanto isso, 80% dos moradores se enquadram nas classes C, D e E.
Se o perfil amostral for constituído de modo imparcial, então, ele deve respeitar os 20% da representatividade das classes A e B. Portanto, 20% dos entrevistados deverão ser oriundos destas classes. No entanto, o pesquisador, preocupado em agir politicamente e desrespeitando a sua função social, constrói sua amostra de maneira a interrogar 40% dos membros das camadas mais elevadas economicamente da sociedade. Desta forma, o gestor terá uma avaliação municipal mais elevada do que, de fato, ele goza em seu município.
Segundo, outro meio bastante comum de ir de encontro aos preceitos éticos das pesquisas de opinião é retirar o quantum de imparcialidade que uma pergunta estabelecida por um questionário deve ter. Vamos, mais uma vez, utilizar o exemplo de uma pesquisa de opinião, que diga respeito à avaliação de governo.
O gestor, enquanto figura individual, desfruta de grande prestígio junto à sociedade. No entanto, sua administração não é bem vista pelos cidadãos. Pensando nisso, o governador, ao encomendar uma pesquisa de opinião, solicita que a pergunta seja feita da seguinte maneira: “como o (a) Sr (a) avalia a gestão de Fulano de Tal”. Com isso, ao atribuir maior ênfase à figura do administrador enquanto pessoa, a sua atuação enquanto líder do seu governo fica relegada a um segundo plano.
No caso de acontecer o contrário – uma má avaliação do gestor enquanto pessoa, por problemas de relacionamento com o cônjuge e/ou qualquer outro motivo –, mas uma boa imagem de sua prefeitura, o instituto pode ser “orientado” a fazer a pergunta da seguinte maneira: “Como o (a) Sr (a) avalia a gestão da prefeitura do seu município?”.
Pode-se constatar que, em um exemplo, a ênfase da pergunta é direcionada para a imagem do político, escondendo a sua administração como tal; e, no segundo momento, a questão se centraliza na gestão, deixando a imagem individual do líder intocada.
Assim, tanto na elaboração desequilibrada da pergunta, como também na composição da amostra de modo enviesado, o instituto, fechando os olhos para a sua função social de geração imparcial de informação, pode lançar uma nuvem de poeira diante dos cidadãos. É importante, portanto, que os cidadãos fiquem atentos a estes procedimentos e saibam constatar a seriedade ou não das pesquisas, exercitando sua reflexividade de escolha de modo mais significativo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tragédia e comédia

As peças gregas é que estavam certas. O trágico e o cômico sempre andam de mãos dadas.
Criam uma Academia NOrte-Riogrande de Letras em Natal, que não é nada representativa da produção crítica e literária do nosso estado, ocultando todo o processo medíocre deta gênese, que só serviu e continua a servir para exaltar figuras do RN, que nada produziram de efetivo. Ainda ludibriam a população leiga com "intelectuais", que só tem uma coisa em comum, complacência irrestrita com os ditames do poder.
O sociólogo Bourdieu é que tinha razão - não há nada mais ridículo do que ler aqueles textos produzidos por uma geração anterior que tinham o pleno intuito de bajular os pares das classes mais abastadas. São textos que ganham muito "sucesso", mas que logo desaparecem na medida em que as urgências do momento se alteram.
Não achando pouco ainda falam em "rito de imortalidade".

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A maioria não se importa para o caso Lina/Dilma

Não é preciso ser nenhum gênio em pesquisa para perceber as "artimanhas metodólogicas" da última sondagem de opinião feita pelo Insituto Sensus. O instituto fez uma pesquisa nacional, perguntando a população em quem os cidadãos acreditavam: na versão de Lina ou na versão de Dilma acerca da existência de um suposto encontro entre as duas para tratar da "aceleração" do processo da família Sarney.
Ora, esta opinião pública, forjada por uma pergunta, no mínimo, duvidosa, diria o Sociólogo francês Pierre Bourdieu, não existe. É importante expor dois aspectos críticos quanto a isto:
1) Há uma clara "imposição de problemática" perpetrada pela pesquisa. Ao invés de perguntar - questionamento, alias, bem próprio ao pensamento de senso comum - "quem está falando a verdade: Fulana ou cicrana?" A pergunta poderia ter sido formulada de qualquer outra maneira. Poderíamos até mesmo perguntar sobre as condições sócio-políticas que permitiram o próprio aparecimento desta indagação. A questão é, portanto, imposta e os entrevistados tem, no máximo, a possibilidade de escolher entre as opções também pré-estabelecidas. A construção não é relacional. É autoritária. O entrevistado não pode, por exemplo, apresentar as questões e as perspectivas de respostas tal como ele pensa o tema.
2) A pesquisa suprime um elevado número de pessoas que não tinham "opinião". Neste sentido, a maioria dos entrevistados não acreditam na versão de Lina, conforme o noticiário local e nacional mencionaram, a maioria sequer tem um posicionamento sobre o assunto. Basta ler os dados. De acordo com a pesquisa, 50,2% dos entrevistados pelo Sensus sequer ouviram falar ou acompanharam o caso. Apenas 41,5% dos entrevistados ouviram ou acompanharam o ocorrido. Desta parcela, que já significa menos da metade da população, apenas 35,9% acreditam em Lina, 23,6% defenderam a versão de Dilma e os que não tem opinião chegam a 40,4%. Neste caso, a opinião pública é forjada, na medida em que se suprime o número de pessoas que não quiseram responder, não conheciam o caso ou efetivamente não tinham opinião, se restringindo a relatar a opção enquadrada daqueles que, efetivamente, escolheram por uma das alternativas apresentadas.
Em suma, mesmo com uma problemática imposta e com uma pergunta, assim como opções, enviesadas, a maioria não acredita em Lina. A maioria dos entrevistados não se importam com o assunto e/ou não tem opinião constituída.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vácuo entre a imprensa nacional e a internacional

Não sou adepto da visão que enxerga a luta política como a disputa entre o bem e o mal. Acho que o campo político é bem mais complexo do que isto. Não acredito também na existência do PArtido da Imprensa Golpista (PIG), como um discurso pretensamente crítico tenta nos empurrar. Penso que há, em muitos momentos, uma convergência cognitiva e de interesses, que fazem com que a imprensa, "exprimindo uma visão enviesada acerca do Brasil", veja com desconfiança projetos interessantes para o nosso país. A luta contra o "velho" por aqui é bastante difícil.
É relevante, por exemplo, enfatizar o abismo existente entre o que diz a imprensa nacional e a internacional. Enquanto que o Brasil vem sendo, durante o governo Lula, exaltado pela sua capacidade de crescimento e pela inserção da "agenda social" neste processo, conforme analisa a imprensa internacional. Aqui, há uma forte contestação por parte da imprensa tupiniquim do projeto implementado por Lula.
Enquanto que lá fora Lula é apontado como uma das principais lideranças políticas do mundo contemporâneo, aqui, parte da imprensa tece considerações acerca do fato dele não ter um diploma universitário, praticar a própria realpolitik, que antes os seus críticos também o criticavam por não fazer uso dela, etc...

Guerra contra as drogas

Já dizia o ditado popular - antes tarde do que nunca. Fernando Henrique Cardoso vem levantando uma importante bandeira - a descriminalização das drogas. As drogas deixariam de ser um caso de polícia e passariam a ser enxergadas como um problema de saúde pública. Além de não mais cometer a injustiça de tratar o viciado como um bandido, a idéia também busca tornar o tráfico de drogas economicamente desestimulante, na medida em que será "aberto", diminuindo os índices de criminalidade envolvidos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Projeto militar brasileiro

Lula, de fato, encarna o tipo ideal de líder preconizado por Max Weber. Conseguiu, de uma só vez, fechar um acordo vantajoso para o Brasil e re-ativar a indústria militar brasileira. Comprou material militar aliado ao acesso a tecnologia dos franceses. Poderia ter feito o negócio com os americanos, mas não teria a visão da "caixa preta". De posse deste "Know How", produzir aviões militares aqui no Brasil é uma questão de tempo. Entrar para o seleto time nuclear também.

Continuando no tema da prostituição

O Diario de Natal trouxe uma matéria de capa a respeito da prostituição. Construção jornalística mais interessante do que as notícias veiculadas anteriormente sobre o tema. No entanto, cai na vala comum de relacionar "a prostituição à busca de sustentar determinadas 'vaidades'. Enquanto que as prostitutas dizem textualmente, que preferem se prostituir do que trabalhar de empregada doméstica, pois passam por bem menos humilhações, a matéria atribui a atividade de "venda do corpo" a tentativa de manter determinados "luxos".
O preconceito de fundo é que as classes menos abastadas devem buscar, apenas, manter a existência material. Almejar carro, casa e outras coisas aparece como algo banal e incomum. Seria mais interessante regulamentar a profissão e direcionar o aparato do estado para dar mais dignidade as profissionais do sexo.

sábado, 5 de setembro de 2009

Política da vida

Não é fácil viver no emaranhado de relações que nós próprios construímos. Há momentos em que nós nos sentimos sozinhos e outros em que queremos alguem por perto. As pessoas que queremos por perto são, em muitos momentos, justamente aquelas que mais magoamos. A vida em família, muitas vezes, não nos ajuda a aprender a escolher. Temos que agradar as pessoas que fomos obrigados a gostar e as que, pelas nossas próprias condições de vida, aprendemos a admirar, dispensamos. Apesar das minhas inúmeras restrições a teoria da pós-estruturalista, sou um fã do filósofo Michel Foucault. Uma das coisas que tentei, mas ainda não consegui, foi aprender com ele a construir uma política da vida. Ainda erro muito mais do que acerto. Ruim para mim. Pior para os que me cercam.

Análise de Tarso Genro sobre a crise, oposição e medidas anti-ciclicas

Dependendo do seu perfil ideológico e do modo como vocÊ encara a luta política, uma análise produzida pelo ministro da justiça e membro do PT, Tarso Genro, pode lhe deixar com um pulga atras da orelha. No entanto, sendo você de direita ou de esquerda, se é que este tipo de separação maniqueísta tem ainda validade no mundo de hoje, é importante reconhecer que ele sempre estabelece o debate no mais alto nível.
É por isso que é interessante ler suas produções. Segue, neste sentido, um texto do Tarso acerca da crise, do governo e da relação do mesmo com a oposição e as medidas anti-ciclicas produzidas pelo governo Lula para tirar o Brasil da crise. Vale a pena conferir!
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/leitura-global-por-que-a-oposicao-erra-tanto/

Análise interessante de Luis Nassif acerca do jogo político em torno do "Pré-sal"

Não é fácil hoje sair da vala comum das análises imediatistas do mundo político. Nassif, ao contrário da maioria dos jornalistas, consegue ser brilhante em suas análises. Além disso, é um cara interessado em informação e não em defender grupo político X ou Y, como é comum em nossa cidade e na esfera nacional também. Vejam a interessante explicação que ele elaborou para a jogada estratégica de Lula, permitindo, ao mesmo tempo, acabar com a crise no senado e atribuir a oposição o papel de anti-nacionalistas, que tentam passar a exploração do pré-sal para estrangeiros:


Análise de etiqueta, em vez de política*

Luis Nassif

Um pequeno exemplo entre o conhecimento direcionado e restrito (porque unidirecional) da mídia e a inteligência difusa da Internet, que começa a se concentrar em blogs.
No lançamento do pré-sal, Lula cutucou a oposição, realçando que o petróleo é de todos, e que, se fosse o PSDB, a riqueza seria entregue a estrangeiros.
Lançou na cerimônia um dos lances mais argutos para as próximas campanhas presidenciais.
A oposição se enrolou toda, conforme se poderá conferir no post
“O que Serra pensa do pré-sal”.
O quebra-louças que o PSDB colocou na presidência do partido, senador Sérgio Guerra, saiu dando tiros em defesa do velho modelo. Serra se enrolou todo. Um jornalista afirmou que, para Serra, as leis de agora poderão ser modificadas depois. A outro, Serra declarou que é a favor das regras atuais do pré-sal. Um terceiro ouviu seus principais assessores que disseram reservadamente - para a repórter e para os 200 mil leitores da Folha - que o novo modelo é uma mixórdia, mas que Serra nada dirá para não entrar no jogo do Lula. E, dizendo assim, entraram todos no jogo.
Nos jornais do dia seguinte, os principais analistas políticos comentavam… a grosseria do Lula em cutucar o antecessor em uma cerimônia comemorativa. Onde havia um grande lance estratégico, viram… falta de modos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Que pré-sal que nada! O negócio é Geraldo Melo

Os jornais locais ainda continuam com uma pauta, no mínimo, peculiar. Enquanto o Brasil inteiro trava um importante debate, não apenas sobre o Pré-sal, mas sobre a próprio papel a ser desempenhado pelo Estado na sociedade brasileira - há quem defenda um projeto mais privatista, que preconiza a exploração do setor pela iniciativa privada; e outro defendido pelo governo, que é mais voltado para a compreensão de que as reservas de petróleo se apresentam como um elemento estratégico para o desenvolvimento nacional - , a "grande notícia do momento no RN" é a saída de Geraldo Melo do PSDB e sua ida para o PPS.

Mudanca na "Lei (chinesa) de imprensa"

Eduardo Azeredo (PSDB-MG), depois de sofrer pressão de tudo que é lado(STF, Senado, sociedade civil), voltou atras e incluiu a "liberdade de expressão" como preceito fundamental na lei de imprensa. O fato concreto é que os blogs não serão mais cerceados na sua prerrogativa de emitir opiniões, inclusive, no período eleitoral.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

2008 in 2010

O resultado eleitoral municipal de 2008 foi um desastre para o grupo político liderado pelo PT naquele momento. Com uma estratégia eleitoral ridícula, lançaram uma candidata, que só passava uma única convicção - a certeza de derrota.
O marketeiro de Fátima Bezerra desenvolveu um conjunto de ações estapafurdias para "ajudar" ainda mais a PTista a concretizar seu sonho de ser prefeita em Natal. Fez uma mudança abrupta na imagem dela, retirando o viés de sindicalista, e, do dia para a noite, apresentou a candidata para a sociedade como uma devota católica, voltada para a família e com trajes executivos rosas. Ora, qualquer manual introdutório de marketing político demonstra, que é sim possível alterar a imagem de um candidato, mas isto não pode acontecer do dia para a noite. Este processo deve ser planejado, lento e gradativo. A mudança não pode chocar! Já pensou?! Ligar a Tv amanhã e dar de cara com o Lula de trancinhas? Meio estranho e assustador, né?!
A equipe de Marketing - uma besteira desta magnitude não se consegue fazer sozinho - ainda deixou a campanha eleitoral ser pautada pela "tese" do acordão, quando, na verdade, a candidata Micarla de Sousa também tinha um "lastro eleitoral" afiançando a sua campanha. A PVista, numa genialidade eleitoral, que lembrou a campanha de Obama, se referia ao seu projeto como o da "articulação" e denominava a candidata opositora como a representante do "acordão". Em nenhum momento os "gênios" do marketing contratados pelo PT se preocuparam em desfazer esta configuração.
Os articuladores políticos da campanha de Fátima ainda conseguiram desperdiçar todos os apoios recebidos, na medida em que não compatibilizaram estes apoios ao contexto municipal. Lula pode ser muito bem avaliado, mas é muito distante se pensado como ator de influência em uma eleição no município de Natal situado no Rio Grande do Norte. A lógica da eleição municipal é relativamente autônoma.
O mais intrigante disto tudo é ver, hoje, como, no início da campanha de 2008, inúmeros "articuladores" e "intelectuais" se gabaram da genialidade de Fatima em vencer os outros pré-candidatos e abocanhar a indicação como a candidata do bloco político reunido em torno dela. Sinceramente, não sei como chamar aqueles que vibram com o ufanismo da ignorância e com a certeza da própria derrota.
Depois de toda esta lambança, a pergunta deixada no ar, após o enfraquecimento e o afastamento de nomes de peso daquele grupo político, foi a seguinte - quais serão as consequências de todo o amadorismo com que foi conduzido a eleição municipal em 2008 por parte do grupo liderado pelo PT?
Acredito que, com o paulatino delineamento do cenário em que se processará a eleição de 2010, podemos ver o quanto o grupo liderado pelo PT cedeu espaço para o outro grupo, principalmente, para os Democratas. Rosalba vem com toda a força e carisma adquirido nas suas gestões da prefeitura de Mossoró. Micarla se estabeleceu como uma liderança, que pode ajudar a influir positivamente a favor de Rosalba. A vitória eleitoral de 2008, para não mais me alongar, gerou um ambiente mais favorável para a candidatura de Rosalba em 2010.
Sei ainda que é bastante infrutífero pensar a história na base do "Se". Porém, fico me perguntando "se" a "experteza" de Fátima tivesse sido freada e outro nome fosse lançado naquele momento pelo grupo. Talvez, acredito eu, veríamos a formação de um outro terreno eleitoral.

Nova Lei de censura dos Blogs

Congressistas do PSDB e do DEM querem aprovar a proibição de emissão de opinião pelos blogueiros durante o período eleitoral. O problema é que, ao contrário das emissoras de Rádio e Tvs, que só funcionam por causa das concessões que recebem do estado, a internet é livre e democrática. No que os senadores se inspiraram? Acredito que na legislação chinesa.
O mais irônico de tudo isto é que basta o blogueiro se hospedar em um provedor internacional para ficar isento de cumprir esta nova legislação, que estão tentando fazer passar meio que de contrabando.

A responsável pela conquista da desfiliação de Luiz Almir do PSDB

Pronto!
O Dep. Estadual Luiz Almir pediu, por não concordar com os rumos tomados pelo partido dele, afastamento do PSDB. Porém, com o novo impedimento imposto pela lei, ele vinha buscando alguma alternativa para sair do partido sem perder o mandato. Porém, seu "santo é forte". No caso dele, santa. Luiz Almir disse que conseguiu sua desfiliação do PSDB sem perder o mandato, utilizando "forças especiais". Foi Santa Clara que intercedeu.

Esqueceram da Lina?

E a Lina, heim?
Foi alçada a uma condição de grande defensora da ética e da moralidade administrativa. Os jornais usaram e abusaram da mulher para criar todo um factoide. Chegaram, como disse aqui, a compará-la ao motorista, que denunciou Collor! E ao caseiro, que demonstrou as ligações de Palloci com uma suposta casa de lobbistas! Um absurdo histórico.
Pois bem, surgiram notícias dando conta de sua ligação e de seu marido com a família Sarney. Porém, a pá de cal veio do ex-secretário da receita federal Everardo Maciel. De acordo com ele, não foi o governo, mas sim a própria Lina que aparelhou a receita. A ex-secretaria potiguar, além disso, vinha colecionando resultados pífios a frente da receita, conforme disse Everardo.
A Folha de São Paulo pediu desculpas pela maneira, no mínimo, "complicada" com que cobriu o caso. O blog do Josias também fez biquinho de meia-culpa, chegando a demonstrar a "maquiagem", de acordo com as palavras do próprio jornalista, nos dados que a ex-secretária promoveu na receita.
Porém, em nosso estado todo mundo se calou. Ninguém ainda teve a coragem de voltar atras nas afirmações absurdas que foram feitas.
Menos mal, pois eu já estava achando que o rosto da estátua da Santa, que está sendo construída no município de Santa Cruz, iria levar o rosto dela.

Mais sobre o pré-sal

Falando em pré-sal...
Fui me encontrar com o meu primo no shopping, e ao sintonizar a Rádio Senado, ouvi um interessante pronunciamento de um parlamentar do Rio Grande, como eles falam por lá.
Segundo ele, o mesmo argumento de que as reservas não tinham petróleo, e, que, portanto, deveriam ser entregues para a iniciativa privada explorar, conforme a oposição vem dizendo para o caso do pré-sal, também foi mobilizado contra a campanha "O petróleo é nosso" durante a criação da Petrobras.
É como a gente aprende na vida - para comprar uma coisa, é preciso antes buscar desvalorizá-la para ver se conseguimos um preço melhor.

A secundarização do Pré-sal na agenda jornalística de Natal

Não entendo como os jornais locais pautam as suas notícias. Nos jornais nacionais, na rádio do Senado e na conversa com os meus amigos o assunto é sempre o mesmo - Pré-sal. No entanto, praticamente todos os jornais deram como matéria de capa a ida de Robinson Faria para o Partido Progressita (PP).
Com todo o respeito ao presidente da assembleia legislativa de nosso estado, não acho sua ida para o PP mais importante do que a discussão em torno do Pré-sal.

Ainda sobre prostituição

A cantilena moralista continua. Mais matérias sobre a prostituição foram publicadas. O JH de hoje, desta vez, relacionou a prostituição com a existência de drogas, criminalidade e lacividade moral na praça Gentil Ferreira.
Repito mais uma vez. Seria mais interessante chamar intelectuais, associações de classe, representantes do Estado, terceiros setor, em suma, toda a sociedade civil organizada para pensar de fato a questão. É preciso enfrentar este "problema" para que se crie uma nova consciência. A prostituição tem de ser enxergada como um trabalho digno.
O interessante é que estas matérias enfatizam a prostituta, que vende serviços sexuais para a "Ralé". As "casas de recepção" que vendem o mesmo serviço para empresários, políticos e grandes executivos nunca são mencionadas. Concordo com o meu amigo Cadu. Há uma luta de classes também no mercado de serviços sexuais.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Oposição em Natal

Fazia tempo que não via uma crítica em Natal desta magnitude. Tirando a troca de acusações entre a prefeita Micarla de Sousa e o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, o deputado estadual Wober Jr, no programa político do PPS, foi contundente no seu ataque. Fazendo renascer um resquício de oposição governamental no estado, que até então é pífio, ele setenciou - a eleição passou e a saúde em Natal continua parada. A prefeitura se encontra inerte, disse ele.
Seria interessante que a crítica dele servisse como um ponto de partida para uma nova discussão acerca do modelo de saúde privatista, que vem imperando no RN.

O pânico injustificado sobre a Gripe Suina

Ao caminhar em Natal, estou vendo muita gente andando de mascaras protetores contra a Gripe H1N1. Acho, sinceramente, um exagero. Porém, sabe lá o que vem passando na cabeça dessas pessoas. O fato é que o medo é grande, mas será que é justificado? Reproduzo um texto do professor Edmilson. O docente de sociologia da UFRN tenta compreender como a Gripe vem alterando as nossas relações sociais.
A BIOPOLÍTICA DA GRIPE
O medo se espalha e contamina as nossas relações. Apertos de mão vacilantes e beijinhos pretendidos, mas não realizados. Os gestos ficam mais contidos e isso nem sempre é tão ruim assim, não é? O problema mesmo reside no fato de que o medo legitima medidas de exceção. Em situações como essa, o controle sobre os corpos aumenta de intensidade. Não raro, o enclausuramento do outro indesejável (que pode ser qualquer um de nós) é visto até com certo alívio.Eu não sei se vocês lembram, mas no começo da epidemia na América do Sul, aí pelo mês de abril, moradores de uma pequena cidade da Argentina apedrejaram um ônibus vindo do Chile que trazia, para o hospital local, uma pessoa supostamente doente da nova gripe. Pois é, o medo produz monstros intangíveis.Se você tem alguma alergia e vai viajar de avião, tome cuidado. Após os primeiros espirros, logo alguém virá admoestá-lo sobre o seu estado de saúde. E cabecinhas atentas acompanharão o inusitado diálogo entre você e o fiscal voluntário da H1N1.O pânico se espalha. Aulas são suspensas, reuniões adiadas e teorias conspiratórias vicejam como ervas daninhas após as chuvas. E começa a emergir relatos de parentes que isolam parentes. Laços são quebrados pelo medo do contágio...Nessas horas, como em todas as outras, a análise crítica e um mínimo de distanciamento, são requisitos mínimos para a manutenção da lucidez.

Prostituição em Natal

Quem não se lembra dos portugueses, que vieram a Natal efetivar uma pesquisa mundial sobre a prostituição, e, devido a tentativa de enfrentar criticamente a questão, receberam o título de pessoas indesejáveis para a nossa cidade?!
Pois bem, vez ou outra o tema da prostituição invade os nossos jornais tal como ocorreu em matéria de capa do jornal de JH veiculado esta manhã. Porém, os preconceitos são tão fortes, que inviabiliza-se qualquer discussão mais aprofundada. São sempre as mesmas afirmações - mulheres "exploradas", que, ao promoverem a prostituição, criam um ambiente propício para a proliferação do comércio de drogas e aumento da violência.
Será que todas as mulheres foram obrigadas a "vender o corpo"? Todas realmente fazem por obrigaçao ou sentem prazer no momento em que se prostituem? Além disso, qual a maior exploração? A de uma prostituta que trabalha durante o horário comercial, como a própria matéria mencionada diz, ganhando cerca 1000 a 2000 reais. Ou de uma mulher, que trabalha 12 horas por dia para ganhar cerca de 500 reais numa loja de shopping, tendo 4 dias de folga por mÊs? Será que, de fato, a prostituição aumenta o consumo de dogras e/ou violência, ou isso não é apenas um mero preconceito que nossas visões enviesadas produzem sobre o assunto?
Será que não seria mais interessante tentar regulamentar a profissão, oferecendo o aparato protetor do estado para criar melhores condições de trabalho - sim, prostituição também pode ser pensado como um trabalho - (assistência a saúde, educação, etc), do que ficar remando contra a maré, fazendo uso de um discurso dotado de uma forte carga moralista, mas muito pouco realista? Será que os cidadãos de nossa cidade, muitos deles usuários dos serviços sexuais oferecidos pelas prostitutas, não poderiam deixar um pouquinho, só um pouquinho mesmo, a hipocrisia de lado?
Algumas destas questões foram trazidas pelos estudiosos portugueses. Infelizmente, pela própria cultura desenvolvida pela câmara de nossa cidade de cerceamento da discussão realmente intelectualizada, os portugueses foram convidados a não mais retornarem.

A razão econômica imperialista

Parece que o mercado financeiro no Brasil reagiu mal à proposta de mudanças no marco regulatório e ao viés de disputa político-partidária que se apresenta a seguir. É que essa espécie de “deus ex machina” costuma enxergar estabilidade institucional como sinônimo de consenso em torno dos imperativos da economia de mercado auto-regulável. Compreensível sua postura se levarmos em consideração a lógica objetiva do sistema de preferências dos seus agentes econômicos. Pois trata-se de tentar impor a outras esferas do social, a exemplo da política, sua doxa particular como lógica de ação universalmente válida.

O que não me parece razoável é ver parte de nossos jornalistas e políticos aceitarem gratuitamente essa visão de mundo como se fosse a “verdade pragmática e incontestável da realidade”, esvaziando, dessa forma, a natureza de dissenso que caracteriza a luta política, assim como a pluralidade de formas particulares diversas de lógicas de ação prática. Parafraseando nomes consagrados do pensamento político clássico e contemporâneo – Maquiavel, Weber e Focault, “política é guerra”, “combate belicoso”, “luta”. O que significa que, no campo político (e não só apenas nesse campo social particular), o aparente consenso intersubjetivo de idéias nada mais é do que a denegação ou recalque do caráter arbitrário e de luta objetiva pelo monopólio da visão de mundo dominante.

A Realpolitik do pré-sal

Eis que finalmente a luta política-partidária brasileira assume a forma de combate na “Realpolitik do universal”. O debate aberto essa semana entre o PT e PSDB em torno da forma mais adequada de marco regulatório do pré-sal (sistema de concessão x sistema de partilha) é um sopro de “virtude” na política brasileira, esta, até a pouco, reduzida a uma disputa moralista e maniqueísta para se eleger o partido ou governo mais “corrupto” da história do país: “Seu partido é uma horda de ladrões” – “E o seu, um partido do crime organizado”.

A luta entre a defesa de dois modelos de regulação dos recursos, potencialmente, provenientes do pré-sal não é uma mera questão menor de debate ideológico, como declarou muitos jornalistas brasileiros. Evidente que se trata de dois pontos de vistas concorrentes que disputam o monopólio e a hegemonia sobre a legitimidade de impor um projeto de nação. Mas vejam bem, esse pressuposto, por si só, já justifica a importância do debate político atual.

Com efeito, a constatação da declaração de guerra do PSDB (defensor do modelo de concessões) contra a proposta do governo federal (encampado pelo PT), este que por sua vez, defende a “modelo de partilhas”, representa uma “ruptura positiva” com a trivialidade existente dos confrontos políticos travados nos últimos 4 anos. Resta saber se essa hostilidade é apenas fogo de palha ou se vai se converter em um incêndio de confronto de idéias na esfera pública brasileira, algo altamente "saudavel".

Vamos aguardar...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Entrevista de Mineiro ao correio da tarde

Vários blogs e jornais locais repercutiram a entrevista do Dep. Estadual Fernando Mineiro concendida ao Correio de Tarde. Não vou mentir. Não tenho o costume de ler o Correio da Tarde. Abro sua página muito raramente.
No entanto, li nos blogs e jornais que Mineiro, como é conhecido pelas nossas bandas, teria afirmado que a primeira gestão de Vilma foi melhor do que a segunda. Nenhum blog ou colunista se preocupou em refletir sobre sua afirmação, e o que é pior, sobre toda a sua argumentação. Correram feitos loucos para defender "A guerreira"! Se a segunda a gestão está pior, gritaram unanimemente, isto se deve a atuação do PT no segundo período administrativo e não por nada que se relacione com a atuação de "Dona Vilma"!
Quando um político faz uma auto-crítica deste porte, já que ele também faz parte da segunda gestão, acredito que as análises mereceriam um pouquinho mais de carinho.

Violência no nosso município

“Há todo um processo, que demonstra a emergência de uma corrente de opinião. Vocês vêem os diferentes planos da opinião pública: as pessoas falam do caso; os jornais noticiam a trazem editoriais; as cartas dos leitores indicam um interesse crescente; o deputado competente levanta questões no Parlamento; a oposição reivindica a causa”, diz Nobert Elias, sociólogo alemão, se referindo ao processo de emergência da opinião pública.
Parece que este evento apresentado por Elias vem ocorrendo para o caso da questão do "crescimento da violência" em nossa cidade. Há uma reclamação generalizada - jornais, políticos e cidadãos se queixam da violência.
Porém, como não conheço uma comparação dos dados entre o "antes supostamente tranquilo" e o "depois violento", fico sempre na dúvida - será que o crescimento da violência é "objetivo"? Existe de fato!? Ou é "perceptivo"!? Dizendo respeito a maneira como as pessoas vem 'sentindo' o tema?
Independentemente de como esta questão venha se processando, a verdade é que esta é uma demanda, que vem pautando fortemente a agenda dos natalenses, gerando medo e ansiedade.