terça-feira, 29 de setembro de 2009
Implicações da ausência de oposição no meio jornalístico e político
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Caso Honduras
sábado, 26 de setembro de 2009
Flipa - Trapaça literária de PIPA
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Estranha estratégia da bancada da gestão municipal na câmara
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
A PESQUISA TEM QUE SEGUIR A REALIDADE, MAS NÃO A DO CENSO DO IBGE 2000
Como se sabe, há institutos vendendo muito mais do que informação e conhecimento. As pesquisas de opinião, modalidade em que também se enquadram às pesquisas eleitorais, vem sendo escancaradamente manipuladas. Os pesquisadores, levados pelos seus interesses financeiros e políticos, alteram a composição da amostra de maneira a privilegiar candidatos que tem forte aceitação numa camada da população, mas são pouco competitivos em outras classes. O “subterfúgio” metodológico é bem simples - se o candidato goza de força nas classes A e B, o instituto produz uma amostra de maneira à super dimensionar a representatividade desta população na pesquisa. Com isso, o político tem sua votação artificialmente inflada.
Mesmo não havendo consenso na literatura especializada sobre o poder de influência das sondagens no resultado eleitoral, é fato que os institutos de pesquisa precisam ser fiscalizados em suas atividades, coisa que os TRE´s já vem fazendo em período de campanha, obrigando os institutos a registrarem a metodologia seguida, o questionário aplicado e o comprador do levantamento no referido órgão antes de tornar a pesquisa pública.
Até aí tudo bem. O interessado em analisar os dados veiculados em um jornal, por exemplo, pode averiguar todo o processo de efetivação de uma sondagem no TRE e tirar suas próprias conclusões.
Porém, o senado passou do limite do aceitável. Vincular a produção da amostra aos parâmetros do universo pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traria conseqüências negativas, pois enviesaria todos os resultados das pesquisas eleitorais do ano que se avizinha.
A explicação é bem simples. O IBGE, se não me falhe a memória, teve seu último censo produzido em 2000. Os dados, neste sentido, se encontram claramente defasados. Por exemplo, o mercado de ensino universitário cresceu exponencialmente, gerando um grupo muito grande de pessoas formadas e pós-graduadas. Como equacionar, hoje, a quantidade de cidadãos que tem ensino fundamental, médio e/ou superior, a partir de um quadro de análise tomado de empréstimo do século XX? Além disso, com o crescimento econômico, as classes B e C também aumentaram bastante. O número de sujeitos que saíram da linha de pobreza foi grandioso. Os institutos produzirão, desta maneira, em 2010, seus levantamentos eleitorais, pesquisando uma quantidade X de eleitores menos abastados, que já não mais existem na proporção que eram caracterizados na virada do segundo para o terceiro milênio.
Seria possível seguir os dados oficiais dos TRE´s no que diz respeito, apenas, ao sexo e a idade, já que há uma atualização cadastral constante dos eleitores nestes dois critérios. Porém, não seria possível afirmar o mesmo sobre as variáveis de renda e grau de instrução, o que obrigaria a levar em consideração o censo ultrapassado. Normatizar, portanto, as pesquisas eleitorais a serem aplicadas em 2010, pensando em 2000 é um total contra-senso.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Nossa imprensa
sábado, 12 de setembro de 2009
Melô do transporte público municipal
Para ir e vir sem qualidade,
Para andar feito batata; pela
cidade!!!!
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Pesquisa de opinião e participação política
Os resultados trazidos pelas sondagens podem ser fantásticos – entrevistando poucas pessoas retiradas de uma grande população, a pesquisa consegue apresentar um resultado bastante satisfatório. Com isso, pode-se investigar os anseios da sociedade no que diz respeito à constituição de políticas públicas, suas intenções eleitorais, mercadológicas, etc. Há, entretanto, muitas formas de enviesar – expressar de maneira tendenciosa e não imparcial – o resultado de uma pesquisa de opinião. Apresentaremos as duas principais – alterando o perfil amostral e construindo de modo parcial as questões contidas no questionário.
Primeiro, uma pesquisa de avaliação pode ser alterada em seus resultados, através do viés atribuído na construção do perfil amostral para investigar uma determinada comunidade. Por exemplo, vamos imaginar que um instituto é contratado para averiguar o índice de aprovação de um gestor municipal. O prefeito, sabendo que tem alta aprovação apenas nas classes A e B, pede para que o instituto dê uma “atenção especial” a estes estratos no momento da pesquisa. O grande problema para o gestor é que, naquela população, as classes A e B só representam 20% dos moradores da cidade. Enquanto isso, 80% dos moradores se enquadram nas classes C, D e E.
Se o perfil amostral for constituído de modo imparcial, então, ele deve respeitar os 20% da representatividade das classes A e B. Portanto, 20% dos entrevistados deverão ser oriundos destas classes. No entanto, o pesquisador, preocupado em agir politicamente e desrespeitando a sua função social, constrói sua amostra de maneira a interrogar 40% dos membros das camadas mais elevadas economicamente da sociedade. Desta forma, o gestor terá uma avaliação municipal mais elevada do que, de fato, ele goza em seu município.
Segundo, outro meio bastante comum de ir de encontro aos preceitos éticos das pesquisas de opinião é retirar o quantum de imparcialidade que uma pergunta estabelecida por um questionário deve ter. Vamos, mais uma vez, utilizar o exemplo de uma pesquisa de opinião, que diga respeito à avaliação de governo.
O gestor, enquanto figura individual, desfruta de grande prestígio junto à sociedade. No entanto, sua administração não é bem vista pelos cidadãos. Pensando nisso, o governador, ao encomendar uma pesquisa de opinião, solicita que a pergunta seja feita da seguinte maneira: “como o (a) Sr (a) avalia a gestão de Fulano de Tal”. Com isso, ao atribuir maior ênfase à figura do administrador enquanto pessoa, a sua atuação enquanto líder do seu governo fica relegada a um segundo plano.
No caso de acontecer o contrário – uma má avaliação do gestor enquanto pessoa, por problemas de relacionamento com o cônjuge e/ou qualquer outro motivo –, mas uma boa imagem de sua prefeitura, o instituto pode ser “orientado” a fazer a pergunta da seguinte maneira: “Como o (a) Sr (a) avalia a gestão da prefeitura do seu município?”.
Pode-se constatar que, em um exemplo, a ênfase da pergunta é direcionada para a imagem do político, escondendo a sua administração como tal; e, no segundo momento, a questão se centraliza na gestão, deixando a imagem individual do líder intocada.
Assim, tanto na elaboração desequilibrada da pergunta, como também na composição da amostra de modo enviesado, o instituto, fechando os olhos para a sua função social de geração imparcial de informação, pode lançar uma nuvem de poeira diante dos cidadãos. É importante, portanto, que os cidadãos fiquem atentos a estes procedimentos e saibam constatar a seriedade ou não das pesquisas, exercitando sua reflexividade de escolha de modo mais significativo.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Tragédia e comédia
Criam uma Academia NOrte-Riogrande de Letras em Natal, que não é nada representativa da produção crítica e literária do nosso estado, ocultando todo o processo medíocre deta gênese, que só serviu e continua a servir para exaltar figuras do RN, que nada produziram de efetivo. Ainda ludibriam a população leiga com "intelectuais", que só tem uma coisa em comum, complacência irrestrita com os ditames do poder.
O sociólogo Bourdieu é que tinha razão - não há nada mais ridículo do que ler aqueles textos produzidos por uma geração anterior que tinham o pleno intuito de bajular os pares das classes mais abastadas. São textos que ganham muito "sucesso", mas que logo desaparecem na medida em que as urgências do momento se alteram.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
A maioria não se importa para o caso Lina/Dilma
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Vácuo entre a imprensa nacional e a internacional
É relevante, por exemplo, enfatizar o abismo existente entre o que diz a imprensa nacional e a internacional. Enquanto que o Brasil vem sendo, durante o governo Lula, exaltado pela sua capacidade de crescimento e pela inserção da "agenda social" neste processo, conforme analisa a imprensa internacional. Aqui, há uma forte contestação por parte da imprensa tupiniquim do projeto implementado por Lula.
Enquanto que lá fora Lula é apontado como uma das principais lideranças políticas do mundo contemporâneo, aqui, parte da imprensa tece considerações acerca do fato dele não ter um diploma universitário, praticar a própria realpolitik, que antes os seus críticos também o criticavam por não fazer uso dela, etc...
Guerra contra as drogas
domingo, 6 de setembro de 2009
Projeto militar brasileiro
Continuando no tema da prostituição
sábado, 5 de setembro de 2009
Política da vida
Análise de Tarso Genro sobre a crise, oposição e medidas anti-ciclicas
Análise interessante de Luis Nassif acerca do jogo político em torno do "Pré-sal"
No lançamento do pré-sal, Lula cutucou a oposição, realçando que o petróleo é de todos, e que, se fosse o PSDB, a riqueza seria entregue a estrangeiros.
Lançou na cerimônia um dos lances mais argutos para as próximas campanhas presidenciais.
A oposição se enrolou toda, conforme se poderá conferir no post “O que Serra pensa do pré-sal”.
O quebra-louças que o PSDB colocou na presidência do partido, senador Sérgio Guerra, saiu dando tiros em defesa do velho modelo. Serra se enrolou todo. Um jornalista afirmou que, para Serra, as leis de agora poderão ser modificadas depois. A outro, Serra declarou que é a favor das regras atuais do pré-sal. Um terceiro ouviu seus principais assessores que disseram reservadamente - para a repórter e para os 200 mil leitores da Folha - que o novo modelo é uma mixórdia, mas que Serra nada dirá para não entrar no jogo do Lula. E, dizendo assim, entraram todos no jogo.
Nos jornais do dia seguinte, os principais analistas políticos comentavam… a grosseria do Lula em cutucar o antecessor em uma cerimônia comemorativa. Onde havia um grande lance estratégico, viram… falta de modos.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Que pré-sal que nada! O negócio é Geraldo Melo
Mudanca na "Lei (chinesa) de imprensa"
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
2008 in 2010
Nova Lei de censura dos Blogs
A responsável pela conquista da desfiliação de Luiz Almir do PSDB
Esqueceram da Lina?
Mais sobre o pré-sal
Fui me encontrar com o meu primo no shopping, e ao sintonizar a Rádio Senado, ouvi um interessante pronunciamento de um parlamentar do Rio Grande, como eles falam por lá.
Segundo ele, o mesmo argumento de que as reservas não tinham petróleo, e, que, portanto, deveriam ser entregues para a iniciativa privada explorar, conforme a oposição vem dizendo para o caso do pré-sal, também foi mobilizado contra a campanha "O petróleo é nosso" durante a criação da Petrobras.
É como a gente aprende na vida - para comprar uma coisa, é preciso antes buscar desvalorizá-la para ver se conseguimos um preço melhor.
A secundarização do Pré-sal na agenda jornalística de Natal
Com todo o respeito ao presidente da assembleia legislativa de nosso estado, não acho sua ida para o PP mais importante do que a discussão em torno do Pré-sal.
Ainda sobre prostituição
Repito mais uma vez. Seria mais interessante chamar intelectuais, associações de classe, representantes do Estado, terceiros setor, em suma, toda a sociedade civil organizada para pensar de fato a questão. É preciso enfrentar este "problema" para que se crie uma nova consciência. A prostituição tem de ser enxergada como um trabalho digno.
O interessante é que estas matérias enfatizam a prostituta, que vende serviços sexuais para a "Ralé". As "casas de recepção" que vendem o mesmo serviço para empresários, políticos e grandes executivos nunca são mencionadas. Concordo com o meu amigo Cadu. Há uma luta de classes também no mercado de serviços sexuais.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Oposição em Natal
O pânico injustificado sobre a Gripe Suina
Prostituição em Natal
Pois bem, vez ou outra o tema da prostituição invade os nossos jornais tal como ocorreu em matéria de capa do jornal de JH veiculado esta manhã. Porém, os preconceitos são tão fortes, que inviabiliza-se qualquer discussão mais aprofundada. São sempre as mesmas afirmações - mulheres "exploradas", que, ao promoverem a prostituição, criam um ambiente propício para a proliferação do comércio de drogas e aumento da violência.
Será que todas as mulheres foram obrigadas a "vender o corpo"? Todas realmente fazem por obrigaçao ou sentem prazer no momento em que se prostituem? Além disso, qual a maior exploração? A de uma prostituta que trabalha durante o horário comercial, como a própria matéria mencionada diz, ganhando cerca 1000 a 2000 reais. Ou de uma mulher, que trabalha 12 horas por dia para ganhar cerca de 500 reais numa loja de shopping, tendo 4 dias de folga por mÊs? Será que, de fato, a prostituição aumenta o consumo de dogras e/ou violência, ou isso não é apenas um mero preconceito que nossas visões enviesadas produzem sobre o assunto?
Será que não seria mais interessante tentar regulamentar a profissão, oferecendo o aparato protetor do estado para criar melhores condições de trabalho - sim, prostituição também pode ser pensado como um trabalho - (assistência a saúde, educação, etc), do que ficar remando contra a maré, fazendo uso de um discurso dotado de uma forte carga moralista, mas muito pouco realista? Será que os cidadãos de nossa cidade, muitos deles usuários dos serviços sexuais oferecidos pelas prostitutas, não poderiam deixar um pouquinho, só um pouquinho mesmo, a hipocrisia de lado?
Algumas destas questões foram trazidas pelos estudiosos portugueses. Infelizmente, pela própria cultura desenvolvida pela câmara de nossa cidade de cerceamento da discussão realmente intelectualizada, os portugueses foram convidados a não mais retornarem.
A razão econômica imperialista
Parece que o mercado financeiro no Brasil reagiu mal à proposta de mudanças no marco regulatório e ao viés de disputa político-partidária que se apresenta a seguir. É que essa espécie de “deus ex machina” costuma enxergar estabilidade institucional como sinônimo de consenso em torno dos imperativos da economia de mercado auto-regulável. Compreensível sua postura se levarmos em consideração a lógica objetiva do sistema de preferências dos seus agentes econômicos. Pois trata-se de tentar impor a outras esferas do social, a exemplo da política, sua doxa particular como lógica de ação universalmente válida.
O que não me parece razoável é ver parte de nossos jornalistas e políticos aceitarem gratuitamente essa visão de mundo como se fosse a “verdade pragmática e incontestável da realidade”, esvaziando, dessa forma, a natureza de dissenso que caracteriza a luta política, assim como a pluralidade de formas particulares diversas de lógicas de ação prática. Parafraseando nomes consagrados do pensamento político clássico e contemporâneo – Maquiavel, Weber e Focault, “política é guerra”, “combate belicoso”, “luta”. O que significa que, no campo político (e não só apenas nesse campo social particular), o aparente consenso intersubjetivo de idéias nada mais é do que a denegação ou recalque do caráter arbitrário e de luta objetiva pelo monopólio da visão de mundo dominante.
A Realpolitik do pré-sal
Eis que finalmente a luta política-partidária brasileira assume a forma de combate na “Realpolitik do universal”. O debate aberto essa semana entre o PT e PSDB em torno da forma mais adequada de marco regulatório do pré-sal (sistema de concessão x sistema de partilha) é um sopro de “virtude” na política brasileira, esta, até a pouco, reduzida a uma disputa moralista e maniqueísta para se eleger o partido ou governo mais “corrupto” da história do país: “Seu partido é uma horda de ladrões” – “E o seu, um partido do crime organizado”.
A luta entre a defesa de dois modelos de regulação dos recursos, potencialmente, provenientes do pré-sal não é uma mera questão menor de debate ideológico, como declarou muitos jornalistas brasileiros. Evidente que se trata de dois pontos de vistas concorrentes que disputam o monopólio e a hegemonia sobre a legitimidade de impor um projeto de nação. Mas vejam bem, esse pressuposto, por si só, já justifica a importância do debate político atual.
Vamos aguardar...