O resultado eleitoral municipal de 2008 foi um desastre para o grupo político liderado pelo PT naquele momento. Com uma estratégia eleitoral ridícula, lançaram uma candidata, que só passava uma única convicção - a certeza de derrota.
O marketeiro de Fátima Bezerra desenvolveu um conjunto de ações estapafurdias para "ajudar" ainda mais a PTista a concretizar seu sonho de ser prefeita em Natal. Fez uma mudança abrupta na imagem dela, retirando o viés de sindicalista, e, do dia para a noite, apresentou a candidata para a sociedade como uma devota católica, voltada para a família e com trajes executivos rosas. Ora, qualquer manual introdutório de marketing político demonstra, que é sim possível alterar a imagem de um candidato, mas isto não pode acontecer do dia para a noite. Este processo deve ser planejado, lento e gradativo. A mudança não pode chocar! Já pensou?! Ligar a Tv amanhã e dar de cara com o Lula de trancinhas? Meio estranho e assustador, né?!
A equipe de Marketing - uma besteira desta magnitude não se consegue fazer sozinho - ainda deixou a campanha eleitoral ser pautada pela "tese" do acordão, quando, na verdade, a candidata Micarla de Sousa também tinha um "lastro eleitoral" afiançando a sua campanha. A PVista, numa genialidade eleitoral, que lembrou a campanha de Obama, se referia ao seu projeto como o da "articulação" e denominava a candidata opositora como a representante do "acordão". Em nenhum momento os "gênios" do marketing contratados pelo PT se preocuparam em desfazer esta configuração.
Os articuladores políticos da campanha de Fátima ainda conseguiram desperdiçar todos os apoios recebidos, na medida em que não compatibilizaram estes apoios ao contexto municipal. Lula pode ser muito bem avaliado, mas é muito distante se pensado como ator de influência em uma eleição no município de Natal situado no Rio Grande do Norte. A lógica da eleição municipal é relativamente autônoma.
O mais intrigante disto tudo é ver, hoje, como, no início da campanha de 2008, inúmeros "articuladores" e "intelectuais" se gabaram da genialidade de Fatima em vencer os outros pré-candidatos e abocanhar a indicação como a candidata do bloco político reunido em torno dela. Sinceramente, não sei como chamar aqueles que vibram com o ufanismo da ignorância e com a certeza da própria derrota.
Depois de toda esta lambança, a pergunta deixada no ar, após o enfraquecimento e o afastamento de nomes de peso daquele grupo político, foi a seguinte - quais serão as consequências de todo o amadorismo com que foi conduzido a eleição municipal em 2008 por parte do grupo liderado pelo PT?
Acredito que, com o paulatino delineamento do cenário em que se processará a eleição de 2010, podemos ver o quanto o grupo liderado pelo PT cedeu espaço para o outro grupo, principalmente, para os Democratas. Rosalba vem com toda a força e carisma adquirido nas suas gestões da prefeitura de Mossoró. Micarla se estabeleceu como uma liderança, que pode ajudar a influir positivamente a favor de Rosalba. A vitória eleitoral de 2008, para não mais me alongar, gerou um ambiente mais favorável para a candidatura de Rosalba em 2010.
Sei ainda que é bastante infrutífero pensar a história na base do "Se". Porém, fico me perguntando "se" a "experteza" de Fátima tivesse sido freada e outro nome fosse lançado naquele momento pelo grupo. Talvez, acredito eu, veríamos a formação de um outro terreno eleitoral.
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